quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Politicamente correto

Algumas coisas simplesmente não se faz. E toda aquela história de preservar sua cultura e lembrar de onde vem? Tudo muda com o tempo, mas nem por isso se deva matar a machadadas quem já esteja definhando. O meu mundo, a minha infância e de muitos milhões de brasileiros sempre foi algo assim:
"Atirei o pau no gato-to
mas o gato-to
não morreu-reu-reu
Dona xica-ca
admirou-se-se
Do berrô, do berrô
que o gato deu".

Muitos destes milhões de brasileiros cresceram bem. João tem família, é digno, muito honesto, destes que voltam para devolver os centavos errados. Roberto simplesmente não liga, mas não é má gente. Corre muito e vive a vida, mas é muito atencioso com a família. Pedro é um pouco malandro. Mas tudo bem. São muitas pessoas. Não tem nada a ver com a música. 
Hoje em dia querem fazer isto:
"Não atire o pau no gato-to
Porque isso-so
Nao se faz-faz-faz
O gatinho-nho
É nosso amigo-go
Não devemos maltratar os animais".



Sinceramente, é assim que devemos ensinar algo? Não é a música que faz Fulano, Sicrano, Pedro, Tiago, Iago, Danilo, Nilo, Fernando, ou o que quer que seja um atirador de pombos (se bem que, ultimamente, os pombos merecem) ou alguém que odeie gatos. O ensino também consiste em mostrar a diferença entre uma música, uma cantiga antiga de várias gerações e uma das poucas coisas (além da piada do Mário, claro) que podem unir o Brasil inteiro, de norte a oeste, de sul a leste. Com este "método" de ensino, tenho mesmo é que concordar com outra versão: 
"We don't need no education
We dont need no thought control
No dark sarcasm in the classroom
Teachers leave them kids alone
Hey! Teachers! Leave them kids alone!
All in all it's just another brick in the wall.
All in all you're just another brick in the wall.

Atirei o pau no gato,
mas o gato não morreu.
Dona Chica, admirou-se
Do berro que o gato deu.
Ei, gato, vai tomar no cú.
Sai daqui seu gato, vai tomar no seu cú."


Pronto, falei.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Futuring

Why the fuck we should even give a damn?
That grunge feeling gets me on my guts
and screams through my mouth.

I don't want to write anything
I don't want to kill myself,
I'm just listening to some old stuff
(my god, Grunge's already old).

I'd even like to challenge myself
and do not be lazy of carrying about most of the people
I sometimes pretend to know.

What I really feel
is homesickness,
missing family and old friends,
not that the new ones aren't that good,
they're just perfect, yeah?
Thing is that one cannot replace other
And those who were someday
somehow and somewhere in time
friends or just made me have some great moment in my life,
I'm really missing those times.

Where, again, I could not give a damn,
and living was just the exercise of waking up
and exploring new things a new day could bring,
and not the worrying about future
or about money
or about the best way to have fun next holiday.

It was just waking up and living,
not understanding how could people be stressed
if even the feeling of my hands touching the walls
while I was walking made me feel so good.

I don't regret growing up,
I don't regret be most part of my time
thinking where I wanna be in 2, 5 or 10 years.
I only regret keeping me distant
from the one I was a decade ago,
that as a child would be forever a child
but changed mind so quickly
that many times I find it hard to recognize
that blonde hair naive kid that loved,
above all,
family, friends and cars.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Maniqueísta

controlar meus sentimentos,
meus desejos impulsivos
e até pensamentos ligeiros,
segurar meus instintos,
agir cautelosamente,
agir discretamente,
medir, medir, medir,
saber e conhecer cada passo,
cada consequência e ato,
ter lucidez para decidir,
para fazer e para acontecer,
planejar um futuro brilhante,
acordar e cumprir minha função,
se possível com alto grau de reconhecimento,
refirnar pensamentos, atitudes e decisões.

Viver espontaneamente,
aproveitar os impulsos e aproveitar.
Agir como o que der na telha,
sangrar quando precisar,
envolver-me em vários níveis:
explodir, chorar, gritar,
apaixonar, quebrar a cara,
extrapolar,
ser a todo momento
mais do que o esperado,
sentir mais do que o esperado,
matar a esperança com
a despreocupança com o futuro.

Qual vai ser?
O pior é que meu lado racional
impede o lado irracional
de tomar decisões.
Mas o que realmente vale a pena ser?

sábado, 2 de julho de 2011

A Obra

Mesmo que seja genial,
jamais direi aos outros o quanto é genial
pois a maior genialidade de todas
é simplesmente descobrir
por si só
o quão grande, importante,
feroz, arcaico, impressionante,
megalomaníaco
algo é.
Se se diz, perde-se tudo, então.

Tudo que é obra de arte
é sempre mais obra do que arte,
assim como construção
é mais arte do que obra.
E todo pedreiro sabe.
Embora nunca pedreiro algum olhe
e ache grande as paredes erguidas
de seus cinco dedos em cada mão.

"É obra", ouvi muito dizer
(vovó sempre dizia),
e sempre sem muito compreender,
respondia "é mesmo?",
sem nunca compreender ao certo
o quão grande estas coisas eram,
puta geniais!

Meu projeto de gente
sempre foi demais,
de sentir demais,
tentar ver tudo que não é meu
como tudo que fosse a maior coisa do mundo,
num mundo de coisas pequenas
ver que tudo é grande,
observar os detalhes
e deles caracterizar tudo,
embora não passasse
de um sentimento de sentimento.

Sempre foi tudo na verdade
querer sentir,
querer amar,
querer uma mulher,
querer um emprego,
querer escrever,
querer comprar,
querer beber,
querer dirigir,
querer querer,
querer poder querer.
Mas sempre faltou sensibilidade.
A sensibilidade  de distinguir
o grande do elefante,
o branco do sem cor,
o detalhe do casual,
o refletir do pensamento,
o tato da rugosidade,
o conhecimento do certo,
a lucidez da sobriedade,
o bom senso da engenharia,
a felicidade da falta de tristeza.

A lição de casa mais difícil
é a que sabemos de cor.
Mais enrolamos a fazer.
Menos nos desafiamos por sabermos o resultado final,
mas é a diferença
não ao final do dia,
mas ao final dos anos e décadas, talvez.
Seremos o que tanto nos esforçamos para construir
ou simplesmente o que fomos construidos antes de nos esforçar?

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Auto-ajuda

Eu para eu mesmo:
-Cara, curta o que você está fazendo,
este é o primeiro passo a se dar
quando você assume algo.
Não importa sono, cansaço, festa,
prioridades você tenha,
este vai ser o seu prazer.
E você vai fazer.
Eu sei que este não é
um conselho muito sábio
uma vez que muito sabido,
todo mundo usa, abusa e recusa,
e fica vulgar (vulgo comum),
e perde o sentido.
Mas fica aí como frase motivacional,
um dia você vai precisar,
e todo mundo um dia vai,
ninguém deve se esconder disto.
As fraquezas emergem,
todo submarino emerge.
E se não emerge, afunda. Acaba.
Vira comida de peixe.
Você decide o que é melhor.
O problema é ficar pensando
em quanto as coisas vão te deixar infeliz
aí perde até a beleza da tristeza,
aquela beleza frágil,
aquele jazz meticuloso, sutil,
quase sensual.
O jeito é não pensar nisto
e olhar pelo ângulo que meio copo parece cheio.
Se olhar de lado, porra, falta metade.
Se olhar de cima, parece cheio.
Olha de cima então, é tão difícil assim?
Se olhar de baixo, tem que ficar segurando o copo,
cansa a mão. Olha de cima mesmo, mas sem soberbice.

Eu, sem resposta, passo a me obedecer,
tentando não transformar tudo
numa auto-ajuda imbecil.
Mas se eu mesmo não me auto-ajudo,
ninguém vai trocar de lugar na minha moringa
para me auto-ajudar.
Meu conselho é meu,
minha ajuda é minha. Quem sabe ajuda?

domingo, 19 de junho de 2011

My favorite songs

I've got the blues to make me feel like I'm blue,
I've got the jazz to make me feel like laying down,
I've got the rock to make me roll.

But through all these electric guitars, harmonicas,
drums, keyboards, synths and stuff
I've seen much more:
Brazilian music is in my way,
running inside my veins,
beating my heart
and blowing my mind away.

That's how I feel.
In the end,
it has always been Brazil,
meu Brasil brasileiro,
meu mulato inzoneiro,
nestes meus versos
tão em outra língua,
mas se guardando para algo
maior que um dia há de vir.

Ainda te homenagearei como mereces,
meu bom e velho português.
Portuga sem bigode.
Portuga brasileiro.
Hoje, falarei brasileiro.
E nada mais.

sábado, 4 de junho de 2011

Time Machine

When we will really
start to feel like only one?
Cannot feel like the sand
in the hourglass is the same
sad and twisty desert sand.

As soon as the words came out
my thoughts traveled fast
around the world
and beyond time,
elsewhere I could search
something new and unseen.

And I can feel that
every day I grow up a little
stuck in this same body, with the same size,
that something misses
the old working set.

Every visit in the past
makes me grow in another direction
far behind from the black and grey and white days
to the blue and orange sunset
made me think in every cell on my body:
Will I be able to visit here again, every time my mind wants to run away?

In the end,
just in the end,
this kind of question should mean something
that worths the worrying about it.