quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

...ao longo do tempo

Grécia antiga:

-Oi, vamos transar?
-O que vão pensar de nós, Penilates?
-Ora, somos filósofos, Homolates. Não tem problema. Vamos?
-Para minha casa, então.

Roma antiga:

-Oi, vamos transar?
Todos, em coro, respondem:
-Siiiim, vaaaamoooos, Republius.

1300 dC.

-Oi, vamos transar?
-A Igreja não permite, a não ser para reprodução.
-Você vai ser queimada amanhã de manhã, de qualquer forma.
-Vamos arder no fogo, então.
-Da paixão?
-Também. Vamos.

Ainda na mesma época...

-Oi, vamos transar?
-Mas padre, as autoridades clericais não vão gostar disso.
-Santo Padre, por favor. O que me diz, Lucrécia?
-Perdão, Santo Padre. Vamos para o céu?
-Não, transar.
-Está bem.

1800 dC.

-Oi, vamos transar?
-Se conseguir tirar todos esses vestidos até meu pai chegar, vamos.
-Fiz curso em Oxford.
-Pode começar.

1920 dC.

-Oi, vamos transar?
-Mas nem sei de que família você é.
-Sou Magalhães, de sangue puro.
-Então meu pai concorda. Vamos.

2007 dC.

-Oi, vamos transar?
-Nem te conheço.
-Sou Marcelo (olha que bobinha, acreditou que me chamo Marcelo)
-Sou Érica (ele acha que acreditei que ele chama Marcelo. Otário)
-Agora vamos?
-Sim, já sabemos o suficiente.

200_futuro dC.

-Oi, vamos transar?
-De novo?
-Agora, podemos fingir que gostamos. Podemos até perguntar os nomes.
-Agora grudou. Pelo amor de Deus, não se pode nem fazer sexo que vocês já querem casar. Vou embora.

Doce aventura urbana

As pessoas estão cada vez mais cansadas da cidade. Isso pode parecer um pouco óbvio. Muita gente odeia o campo, é claro, mas as pessoas que não odeiam começam cada vez mais se mostrar interessadas em tudo que não é cidade.
Um bom exemplo para comprovar essa hipótese é o tipo de carro que tem-se vendido ultimamente. Todo carro que sai agora cuida para ter uma boa versão, geralmente completa, com um visual mais bonito off-road. Uma lista de exemplos: a pioneira Palio Adventure, Idea Adventure, Ecosport, Peugeot 206 Escapade, Fiesta Trail, Parati Track & Field (mais surf do que aventura), Crossfox, Citroën C3 Xtr. Deve ter algum de que me esqueci.
Até as propagandas de pick-ups cabine dupla, um misto de carro de família-fazendeiro, obviamente, ricos. Sempre estão subindo terrenos difícieis de serem alcançados até de helicóptero. Com alguém fazendo muito esforço, comparando a pick-up com uma pessoa "raçuda". O tema geral? "Superar obstáculos", "superar desafios", "raça forte", "você pode confiar". Agora ainda colocam temas de rock como "We will rock you", do Queen e "Song 2", do Blur. Ainda colocam tribos africanas não descobertas. Tudo igual. Com algum mérito para a Ford que começou tudo com a "Raça Forte" da Ranger e da F-250.
O fato é que as pessoas gostaram da idéia, e as propagandas venderam bem. Realmente é gostoso ver pessoas se divertindo acampando em uma praia deserta, ver uma pick-up de 3 toneladas completa passar por um rio jogando água para todo lado. Liberta-nos do urbanismo. Até aí tudo bem. O problema é que ninguém, em sã consciência, colocaria uma Hilux de mais de 100.000 patacas numa trilha que ela não foi feita para. Não, não foi feita. Nem o Ecosport para andar em terrenos difíceis, muito menos os outros, mais baixos ainda, sem tração 4X4 nem nada. As pick-ups, no máximo, andam muito bem em estradas de terra acidentadas. Não confie nas trações que na verdade, imitam as trações 4X4 mecânicas. Vá apenas para a sua fazenda, não vá fazer o Rally Dakkar sem modificá-la. Mas as pessoas gostam da idéia de se libertarem da cidade, das preocupaçõe urbanas.

Só não me lembro de pessoas que adoraram as propagandas e os carros saírem com eles para algum lugar onde não se encontra um supermercado a mais de 50 km.

Estar sozinho

Por duas vezes mudei minha rotina de uma forma um pouco mais abrupta que o comum. Em 2004, me mudei do interior de Goiás (Goianésia) para a capital (Goiânia). Pensei várias coisas, se tinha feita a escolha certa com relação ao colégio, se teria amizades tão boas. No início do ano, mudei de Goiânia para Campinas, mais abruptamente ainda. Tive que decidir entre me mudar para São Carlos com um amigo ou se me mudaria sozinho para Campinas. Como me interessei mais pela Unicamp do que pela Usp, acabei ficando em Campinas, a princípio, sozinho.
Acabou meu primeiro ano letivo, muitos medos que eu tinha no começo cessaram. Vou me mudar de novo, mas apenas de casa. Nunca foi algo muito significativo para mim mudar de casa fisicamente. Me adapto bem a novos locais. O problema é que acabei fazendo bons amigos mesmo na minha casa (com 16 pessoas, faz-se boas amizades). O problema é sempre esse. Em Goianésia, tinha muitos bons amigos. Em Goiânia, fiz outros bons. Em Campinas, outros. Em casa, outros. Alguns não vão mais morar comigo, fiz opção por morar com mais dois amigos, apenas.
Sempre faço bons amigos, pelo menos assim considero. Não que eu seja um exemplo de popularidade, mas tenho certeza de que os amigos que tenho são bons amigos, valorosos. Resolvi, não sei se por acaso, me perguntar se sempre tive sorte nas minhas escolhas. Se eu tivesse ido para outro colégio, teria eu tido amigos tão bons em Goiânia? Eu me sentiria tão bem na Usp como me sinto aqui? Claro, não me pergunto para saber a resposta, ou me decepcionaria sempre ao pensar que nunca saberei a resposta. Sendo acaso ou não eu me sair tão bem nessas mudanças, me considero com muita sorte.
Se basta eu me mudar e fazer novos amigos, manter os antigos, apesar até da distância, tenho muita sorte. Fico triste em saber que tantas pessoas passam a vida inteira sozinhas. Aliás, tenho pena das que passam a vida inteira sozinhas e não escolheram isso. Bem que essas pessoas que vivem sozinhas deviam se encontrar e passarem a não ser mais sozinhas. Talvez se essas pessoas fossem mais felizes, o mundo em geral fosse um pouco mais feliz.

Filme que gostaríamos (pelo menos os homens) de ver


Preconceito é não fazerem a versão feminina. Essa modinha de achar que homossexualismo é cult só serve para homossexuais homens?

sábado, 8 de dezembro de 2007

Diálogo dos nomes

-Bom dia! Olhe como o dia está lindo...
-Bom dia... nossa, realmente. Que horas são?
-Que outra hora do dia o sol pintaria de um dourado tão bonito as nuvens? São 6:30.
-Tanta poesia para responder as horas?
-A poesia em tudo se deita. Por que não nas horas? Ainda mais com você ao meu lado...
-Acho que alguém vai acabar ganhando um prêmio especial hoje.
-Mais um?
-Se continuar assim...
-Então gosta da minha poesia?
-E não era para gostar?
-Se achar boa, fique à vontade. Vou fazer um café. Acho que tem pão-de-queijo para aquecer.
-Vamos descer então.
-Só uma pergunta antes de descermos, posso?
-Fique a vontade.
-Qual seu nome?
-Anna Lúcia. O seu, se me lembro, Marcelo. Me enganei?
-Sim.
-É Marcelo ou me enganei?
-É, se enganou. Sou Ricardo.
-Acabou a poesia?
-Sim. Acho não devia ter perguntado seu nome. Era mais interessante o mistério.

Silêncio. Ficam um bom tempo sem falar uma palavra sequer. A Voz de Ricardo quebra o jejum das ondas sonoras no quarto:
-Ainda mereço o prêmio?
-Não sei. Não tenho mais fome. Acho que vou embora.
-Tchau então. Te vejo outra hora?
-Só se esquecer meu nome. Adeus.
-Adeus. Foi muito boa a noite.
-Sim, sim.

Muitos anos depois:
-Oi. Lembra de mim?
-Sim, mas fugiu-me seu nome.
-Ainda bem. Vamos para minha casa?
-Adoraria. Ainda lhe devo o prêmio.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

História com música (remastered)

Nascido em 1947. Viveu no período conhecido como pós-guerra, onde os medos eram mais comuns do que em qualquer outra época, talvez com a possível exceção da época de guerra. Principalmente se se fosse um europeu, o que não era o caso de Paulo. Brasileiro de nascença e de sangue, bem mestiço.
Em 1964, conheceu o "Please Please Me", dos Beatles. Em 1966, conhece o "A Hard Day's Night", que representava muito bem seu espírito. Amor conjugal, inocência, despreocupação, simplicidade. Com os anos, e junto com os álbuns dos Beatles, amadurecia. Em 1969, já estava vivendo uma fase em que mais pregava o amor incondicional entre todas as nações e povos. Gostava de se perder em toda a psicodelia do momento.
Contudo, essa fase não tardaria a passar. Os Beatles, em 1970, passaram a ser um mito, que não mais existia. Esse mito de "paz e amor" deixaria um vácuo ocupado por qualquer coisa mais lenta, que não tinha um espírito em si, apenas o de ars gratia ars: a arte pela arte. Em 1973, já com 26 anos, Paulo buscava nas músicas não mais coisas sobre o mundo, apenas o entretenimento. A música passou para outro plano. Não só no estilo, mas também como Paulo a via. Descobriu o "Meddle" e o "The Dark Side of the Moon", Pink Floyd. Descobriu o "Selling England By the Pound", do Genesis. Admirava os solos, lentos, longos, arrastados com uma melodia que parece ter sido inspirada à beira do mais brando dos rios, que faz-nos sentir qualquer coisa de puro, uma sensação de que seus órgãos todos agradecem, e seu cérebro nos enche de substâncias prazerosas.
Acompanhou as bandas progressivas até sucumbirem à falta de paciência dos novos ouvintes para os 15 minutos de música, ou para a nova tendência pop. Genesis, Supertramp, até o renomado Yes, caíram no pop. O Pink Floyd se salvou do pop e das monstruosas músicas, mas não sobreviveu a ele mesmo. Paulo parou no tempo. Não quis saber de nada novo dos deprimentes anos 80, ultra-alternativos ou ultra-pops. Regrediu. Nada mais significava algo para ele. Nenhuma música parecia se encaixar no mundo dele. Passou a buscar as músicas mais antigas, dos tempos de infância, do que lembrava de ouvir seus pais escutando, os boleros, com aqueles vozeirões, o jazz e o blues.
Quanto mais velho ficava, mais buscava o passado. Talvez até o passado dos seus pais. Esqueceu-se de que já vivia quase no século XXI. E Chegou até o século XXI. Mas já era tarde. Não sabia mais acompanhar o momento. Esqueceu-se de como era estar em fase com tudo, principalmente com músicas. Criou todo um preconceito com os novos estilos, sem nunca ter tentado escutar nenhum. Nem reparou nas novas bandas que imitam os velhos progressivos. Perdeu boa parte da sua vida, apesar de ter vivido num tempo em que as músicas correspondiam exatamente ao amadurecimento de um jovem normal, desde a inocência, a "porra-louquice" da adolescência, a maturidade e a serenidade. Perdeu-se em algum lugar entre os anos 80 e 90. Daí para frente, só restaria a ele se tornar um velho ranzinza. Chato.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

História com música

Nascido em 1947. Viveu no período conhecido como pós-guerra, onde os medos eram mais comuns do que em qualquer outra época, talvez com a possível exceção da época de guerra. Principalmente se se fosse um europeu, o que não era o caso de Paulo. Brasileiro de nascença e de sangue, bem mestiço. O que não muda em absolutamente nada a história. Mas a enriquece um pouco. Conheceu, no ano de 1964, o primeiro disco dos Beatles, já comemorando o segundo ano desde o lançamento na Inglaterra. Curiosamente, a música pegou-o na fase em que mais ela tinha a ver com Paulo. Ingênua, divertida, que passa de agitada para baladas românticas. Com seus 17 anos, era tudo o que ele via. Um mundo ainda bonito, em que o amor conjugal era soberano.
Claro, ainda mais para um nascido num mundo que se preparava para a Guerra Fria, e que acabou de ver bombas atômicas, talvez se perdesse um pouco da ingenuidade. Mas quem não viu, só ouviu falar, se lamenta, não compreende tanta maldade, ainda mais crianças. Acaba que não se perde toda ingenuidade, talvez nem um pouco dela. Talvez essa recém chegada geração aprendesse a amar mais intensamente, ou simplesmente viver tentando se afastar de toda essa crueldade passada. Por isso acredito na ingenuidade dessa geração.
Com o tempo, passou "A Hard Day's Night", com as mesmas idéias, de "And I Love Her", "Can´t Buy me Love". Pouco depois, vieram os Rolling Stones. Trouxeram uma nova atitude com eles. Mudaram também até os Beatles, e logo passaram do momento ingênuo para o psicodélico, numa transição muito rápida. Paulo acompanhou. Gostou das mudanças. Ele, afinal, também mudara. Já não era aquele jovem que acreditava em tudo. Tinha já seus 19, 20 anos. 1967 marcou o início uma época inexplorada, totalmente. Já dessa época, no Brasil havia chegado o Revolver. Continha um pouco de crítica. Paulo já gostava de criticar. Era o Médici. Nunca chegou a ser preso, mas não concordava com a Ditadura. Mas nunca chegou a ser militante. Em 1969, já estava no espírito de paz e amor. Liberdade. Era absolutamente complacente com o movimento Hippie. Gostava da psicodelia, dos discursos de amor. Mas um amor mais transingente, não do tipo conjugal. Do tipo amor ao próximo, quem quer seja ele.
Nesse ano, conheceu muitas coisas. Conheceu o Sargent Peppers, Magical Mystery Tour e algo um pouco diferente. Era o "The Piper at the Gates of Dawn", do Pink Floyd. Diferente. Mais psicodélico que os outros. Gostou de todos, mas se identificou muito com o Pink Floyd. Conseguiu ainda um "Abbey Road" importado. Foi o melhor dos anos, até então. Vivia com amigos, curtindo toda a época da psicodelia, do lisérgico.
E como passou rápido. Em 1972, já buscava coisas bem menos psicodélicas. Acabaram todas as obras novas psicodélicas, bons morreram de overdose, chocando muitas pessoas. Começou a trabalhar de verdade. Já tinha 25 anos, devia crescer. Continuou a escutar Pink Floyd. Eles também acompanharam as mudanças. Os Beatles já eram, só se tinha quatro fragmentos, que ainda muito brilhavam, mas que não era o mesmo diamante de antes, absoluto. O novo som do Pink Floyd era mais calmo, mais trabalhado. Não era necessariamente melhor ou pior, mas diferente dos Beatles. Em 1973, veio o "The Dark Side of The Moon", veio o "Selling England By the Pound", do Genesis, foi a era de ouro do progressivo.
E de progressivo viveu os anos 1970. Não chegou na fase Punk. Já tinha passado da idade de ser Punk. Viveu outros tempos, não fazia mais sentido para ele. Era uma pessoa serena já, madura, não muito rebelde. Caia-lhe bem o progressivo, apreciar as guitarras lindíssimas. Acompanhou todas as bandas até o começo da década de 1980. Depois, mudaram muito. Os instrumentos eletrônicos tomaram conta. Não os eletrônicos órgãos de Rick Wakeman, mas os eletrônicos de música pop. As batidas eletrônicas. Mesmo em bandas como Supertramp, Yes e Genesis. O Pink Floyd acabou, mudou, ficou estranho. Até se recuperou mais tarde, com o "The Division Bell". Parou de acompanhar a música da época.
Em 1983, quando ainda acompanhou o "The Final Cut", do Pink Floyd, já tinha 36 anos. E acompanhava as músicas que eram lançadas. Mas foi justamente nessa época que tudo mudou muito. Bandas excessivamente alternativas, ou excessivamente pops. A partir daí, comprar discos de lançamento era coisa de quem tinha até 25 anos, e olhe lá. Poucos ex-fãs de Beatles comprariam um disco do Depeche Mode, ou do The Smiths, ou do The Cure. Começaram a dizer que a música boa ficou para trás. Os jovens, pelo contrário.
Paulo, entrou em outra fase musical. Começou a regredir. Não em qualidade, mas em cronologia. Nada mais de lançamentos. Começou a investir em discos mais nostálgicos, de músicas dos anos 50, ou até 40, das que lhe traziam lembranças de seus pais, ou da sua infância. E quanto mais o tempo passa, ele se distancia do atual, sua mente começa a trabalhar em função do que já foi, e cada vez mais ele culpa o presente pela falta de gosto, mas esquece da provável dificuldade que seus pais teriam em escutar os próprios Beatles, ou os Rolling Stones. Cessou de conhecer coisas não necessariamente novas, mas que fossem ao menos novas para ele. E joga toda a culpa nos jovens, que têm, segundo ele, péssimos gostos musicais.
Talvez nos esqueçamos de viver o momento, mas não falo de "Carpe Diem". Como Paulo, esquecemos de viver o que está acontecendo, de ficar para trás no tempo, culpando o mau gosto do atual, sem tentar, ou mesmo tentar e deixar de lado o que tem nas novidades. Não abrir mão do seu tempo, mas saber que o tempo é sempre mutável, e que, apesar de não parecer, ele deseja que o acompanhemos, para que ele continue a fazer sentido. Vamos aproveitar o que já não foi, e o que está sendo. Ter glórias do passado é bom, mas melhor é saber ser ainda possível construir qualquer coisa a mais do que o que já foi deixado.

PS.: Um texto que perdeu um pouco do que eu quis dizer ao longo dele, e acabei modificando o mote dele. Acho que fiz inspirado em experiências próprias, pessoais ou nem tanto. Fato é que perdeu bastante do que seria de como imaginei. Não consegui fazer como imaginei.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Insônia

Acho que eu deveria dormir,
para não sentir nada,
ficar inerte,
mas começa outra música,
é mais forte que eu.
Outro dia, talvez, eu durma.

Inutilidade

Lembraram-me de algo que eu gostaria sempre de lembrar aos outros. Passo a maior parte do meu dia fazendo coisas que supostamente não deveria fazer. O dia quase todo, perco meu tempo com perder tempo, com conversar sobre nada, com fazer pouco, com ser improdutivo. Caberia perfeitamente a mim a frase "Você é um rapaz simpático, agradável....no entanto perde seu tempo com bobagens". Vivo cada dia como se o resto fosse infinito, como se o desperdício dele não me fizesse falta. Não falo só de ficar olhando cada infinitésimo de giro da Terra, olhar o nada, não fazer nada. Falo também de ficar pensando o dia inteiro, de fazer coisas que me dão prazer e que significam pouco para um âmbito mais geral. Falo de viver um cotidiano que, se não peca por ser um tanto desregrado, peca por não ser um exemplo de metodismo.
Em síntese, gasto a maior parte do meu dia com o que poderíamos chamar de inutilidades. Coisas que não incrementam em nada ou ambiente que freqüento. Vivo a maior parte do meu dia a conversar com amigos, falando sobre tudo o que se fala normalmente, e que não leva a nenhuma brilhante conclusão. No máximo, podemos chegar a conclusão de quanto, nos termos normalmente usados, "uma mina é gostosa", ou ainda, de conversas aleatórias que fazem todos gargalharem.
Acho que, na verdade, não era bem o que Aristóteles e DeMasi tinham em mente, mas isso também constitui num tipo de ócio produtivo. Nada de "enquanto uns trabalham, outros pensam", não quero dizer isso. Mas o não fazer nada pode nos deixar num estado de espírito que nos leva a ser mais criativos. Mesmo que não nos leve a ser criativos, são esses momentos que nos fazem deixar de ser amorfos e passarmos a ser integrantes ativos disso que chamamos de círculo de convivência, e é isso também que diferencia uma pessoa da outra, e que nos faz ter afinidades com uns e outros não. Cada um faz um "nada" diferente, o que muda completamente como cada um é. Eu valorizo, embora com um pouco de exagero, muito a inutilidade. E como me disseram, não confundir inutilidade com baixa qualidade.
Me sinto feliz por saber que outras pessoas pensem assim também, e talvez possamos chegar a conclusões que vão de encontro ao puritanismo-formiguismo que muitas vezes acatamos, concordamos e colocamos tudo que nos corrompe a vida na frente da própria vida. Trabalhamos proporcionalmente mais do que viajamos, e preferimos juntar dinheiro à juntar pessoas, gastar um pouco e fazer uma festa. Por isso valorizo as inutilidades.
E, como um argumento que mostre como inutilidades também podem criar (mesmo que outras inutilidades), está aqui este texto, que proveio de um comentário:"um simples comentário besta como esse pode gerar uma completa filosofia". Aí está. É hora de ver até onde tudo vale a pena.

O triste (quase) fim de "Gary"

Ele estava caminhando com aquele caramujo na mão. Estava envolto o caramujo por uma folha grande, a fim de evitar transmissão de alguma doença qualquer. Estávamos voltando após uma caminhada, a fim de sair de casa mesmo. O tempo estava bom, a casa estava quente, uma saída faria bem. Na volta, encontramos o "Gary", pois ao recolhê-lo, ele fez um chiado semelhante ao animal de estimação do Bob Esponja, também um caramujo.
Seria o mascote temporário da casa, até sumir, o que não demoraria nem dois dias. Só uma leve curtição mesmo. No caminho, havia um saco de lixo, mas não recheado dos inúmeros lixos orgânicos típicos das regiões exclusivamente residenciais, como Barão Geraldo. Era repleto de vidros, estilhaçados, quebrados, pontiagudos, afiados e cortantes. Ele tinha um caramujo gosmento na mão, tinha aqueles vidros cortantes todos. Vidros passando pela superfície lisa do Gary, cortando-o quase cirurgicamente. Foi o que se passou na cabeça dele. Eu vi maldade nos olhos dele. Até ele viu a maldade nos próprios olhos, e embora Gary nada tenha de nobre, viu-o com seu sangue azul a escorrer-lhe todo o muco que o reveste. Olhos que perderam todo o brilho, tornaram-se frios. Mas logo, ele regozijou-se de sua frieza, e seus olhos brilharam muito, e maliciosamente.
Comunicou-me de suas meditações, eu já havia percebido. Seguimos nosso caminho, sem nem ao menos nos aproximar do lixo, do fim do pobre caramujo. Foi mais um momento em que sentimos uma vontade cruel e todo nosso instinto de contrariar o instinto brutal nos lembra de nossos lugares, na terra da paz, na terra de protetores da Terra e na terra onde reinamos e somos dotados de qualidades boas.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Prelúdio e Crepúsculo

Vejo o Sol trazer consigo
o último raio de prelúdio;
começa a atirar, com toda sua força,
seu calor, seus raios.
Traz consigo, toda sua força,
traz os desertos, incêndios.

Assim como vem, vai,
em sentido oposto.
Vejo agora,
o último raio a permanecer na Terra;
leva consigo, toda sua quentura,
deixa gélido este planeta,
o frio do deserto.

Traz a noite, o samba,
tudo que é alegre
e não combina com o Sol.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Sorte do Orkut "pra cama"

Um amigo meu (Gabriel Marra) descobriu que na SDO (Sorte do Orkut), ainda melhor que "na cama", coloque "pra cama", que muitas vezes fica com mais sentido. Bom, o fato é que tem frases que cabem "na cama", para todas as outras, existe "pra cama".

Por exemplo:

"Sorte de Hoje: A sorte destinada a você será cobiçada pelo próximo(a)... na cama"
19/11/2007

"A beleza em suas variadas formas atrai você... pra cama"
Marra's Blog

Cada dia mais, enriquecendo sua sorte...SDO!

Sorte do Orkut (2) na cama!

Dizem dos significados de "Sorte do Orkut" que se colocar "na cama" no final, muda o significado, tem algo a mais.

Até que a minha sorte de ontem me era realmente favorável...
"Você é o mestre das situações 'na cama'".

Se bem que "na cama" quase tudo tem um significado a mais!
Que, por sinal, pode ser tanto dormir quanto qualquer coisa relativa a sexo.

domingo, 18 de novembro de 2007

Sorte do Orkut (2)

"Sorte de Hoje: Você é o mestre das situações"

Puta merda, que sorte a minha. Por hoje sou o mestre das situações. Hoje, tenho tudo sobre controle. Vou ver como é a situação de me atirar na frente de um carro!

Devidos agradecimentos

Vide título, gostaria de agradecer todos que elogiaram, todos que tiveram coragem de entrar, todos que apenas são meus amigos e talvez nem saibam do Blog. Bom, quem teve coragem de entrar e ler, aprecio muito a força de vontade. Quem elogiou, obrigado especial por massagearem meu ego um pouquinho, faz bem!

Bom, o fato é que já tenho um comentário que ultrapassou a quantia extraordinária de um comentário. Já tenho uma postagem que possui dois comentários. Estou muito satisfeito. Obrigado Renato, obrigado Amigo do Renato, ainda que meio "alto", segundo o Renato, foi um comentário válido.

Deixando um pouco do humor de lado, estou realmente satisfeito por finalmente compartilhar um lado meu que poucos conheciam, e agora, vejo que alguns apreciam o que eu escrevo, isso me deixa muito satisfeito. Obrigado de verdade. Para isso servem os amigos, e a recíproca é verdadeira. Espero que comecem a vir sugestões também, críticas, acho importante.

Uma coisa interessante: a história da Hanseníase foi interessante por que achei que só faria sentido para o pessoal de casa, pois foi concebida numa conversa em casa mesmo, achei que seria quase uma piada interna, mas reparei que muita gente comentou sobre ela. Surpresa!

Um grande abraço!

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Sorte do Orkut

Não pude deixar de notar, a "Sorte de Hoje" do Orkut está cada vez menos interessada em ser um tipo de horóscopo e mais interessada em dar lições de moral e discussões existencialistas.

"Sorte de Hoje: A sociedade prepara o crime, o criminoso o comete."

Claro. Assim como o acaso por si só é capaz de formar um casal que passará o resto da vida juntos. Basta que se encontrem em Paris, o homem com um buquê (prefiro essa grafia a "bouquet") na mão, recitando um poema. Assim, poderemos reescrever essa frase como: "O acaso gera o amor, ao casal ele acontece". Não depende das pessoas, e sim da situação. Nada de "o importante não é o que fizeram do homem, mas o que ele faz do que fizeram dele."

Para quem não notou, todo meu tom foi irônico, nem sempre consigo transparecer isso.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Frase solta

Em homenagem a: Vinícius de Moraes

O acaso é a arte do desencontro, embora em todo encontro esteja embutida a arte de contrariar toda improbabilidade.

Portanto, concordando com Vinícius, "A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro..."

domingo, 11 de novembro de 2007

Volta do dia

Cada dia não passa de um movimento de 360°
de um planetinha, que por acaso, se tornou agradável de se morar.
Quem diria, um movimento que rege com maestria
todos e tudo, em função do que chamamos
de dia e noite,
que comanda nossos hábitos,
que nos torna escravos de nossos sistemas biológicos,
adaptados ou não para certos ocstumes.

Cada dia se mostra tão diferente do anterior
que criamos toda uma mística em torno dos dias.
Contabilizamo-los, e em 365, temos um ano.
Nos esquecemos que são apenas 365 voltas em torno de um eixo,
e por que não 100 voltas? ou 400? ou 1000?
Ainda bem que nos passa despercebida toda essa simplicidade,
podemos esquecer que este planetinha gira, e continuamos vivendo nossos dias,
e acabamos por acreditar que cada dia tem um significado.
Criamos horóscopos, aniversários, datas especiais.
Sem nem lembrar que não passa de mais uma volta.

E assim, passamos por nossas voltas,
passam por elas nossas vidas,
e nem sequer pensamos na simplicidade
do que mais nos afeta,
e talvez por isso, sejamos um pouco mais felizes.

sábado, 10 de novembro de 2007

Eis a questão

A grande diferença entre ser e viver
é que quem vive
ouve e apartir daí,
constrói alguma imaginação,
boa, ruim, mas constrói,
muda algo em seu ser;
vê, e cria uma imagem,
diferente da que ele viu,
e novamente algo modifica o seu ser.

Ser passa apenas pelo simples fato
de existir,
de estar presente no presente,
sem um porquê,
sem acreditar ou desacreditar;
viver inclui o conceito de poder ser ou não ser
de poder ou não, ter ou não ter.

Quem, por um momento,
prova dessa inébria experiência,
ébria vivência,
esquece toda a sobriedade de apenas ser,
sente em tudo a experiência do novo,
de criar sem necessariamente fazer,
é capaz não só da sua própria existência
como também absorver os que estão à sua volta
dar-lhes um pouco de escolha, de vida.

Viver é sentir a perda
de qualquer coisa que já fê-lo sentir,
sentir-se mal toda vez que torna-se frio,
sentir não sentir.
Viver é qualquer coisa de incerto,
qualquer coisa que pode morrer,
mas que se aceita como mais do que isso,
que vai além do apenas transigente,
que tem algo de existencial,
substancial.
Viver é o que já disse Gonzaguinha,
Vinícius de Moraes, Saramago,
todos os grandes poetas;
Viver é não ter vergonha de ser feliz,
é ir sem ter medo de sofrer,
é ir para não ser doutor do que não se viu.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Sensível dor do que parte

"Adoro quando meus olhos têm o que os teus procuram". Acho que esta frase não poderia ser melhor dita, de melhor forma. Tem uma beleza toda especial. Acho também que a maioria das pessoas não percebe o quanto ela é bela. Para muitos, deve até parecer banal, piegas. Mas não para mim. Tem um quê do antigo romantismo, ainda que eu não seja em absoluto um romântico naqueles moldes. Deve ser mais uma questão de identificação mesmo. Prezo muito um contato visual, mas não só como uma porta de entrada, mas como um meio bem completo de comunicação. Um olhar pode mudar completamente o humor de outra pessoa. Essa frase mistura não só a comunicação visual entre duas pessoas como também o romantismo.

Talvez estejamos perdendo a sensibilidade de um dos nossos mais valiosos sentidos. Apreciamos muito mais a beleza das formas do que a beleza do que as formas podem nos dizer. Sem levar para o lado abstrato da coisa. Ao ver uma mulher linda passar na rua, nos preocupamos em observar que belo corpo ela tem, que belo rosto ela tem (ou não), deixando de lado, os menos espertos, os mais simples gestos, que talvez poderiam até ser indícios de que a mulher gostou de ser observada, mas não só ser observada,e sim, ser observada por você.

Assim, talvez percamos também o inebriante contato físico, o tato, talvez endureceremos nossos tímpanos, respiraremos por tubos e comeremos apenas pílulas de proteínas. Olha que não há nada de novo na minha idéia. Já vem de Aldous Huxley, George Orwell. Desde a década de 30 tentam nos avisar sobre isso, mas assim, acabamos por endurecer mais nossos ouvidos. Evoluiremos nossos cérebros, mas descobriremos que ele de nada serve, senão para ouvir, enxergar, pegar, degustar, cheirar. Criatividade é reunir isso em algo que seja útil e que potencialize algum desses sentidos, ou que converta um em outro. Inteligência é saber usar o conhecimento para que satisfaçamos essas necessidades, puramente sensitivas.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Um pequeno estudo sobre a Hanseníase

Antigamente, os costumes eram bem estranhos. Claro, as pessoas daquela época não tinham noção, e provavelmente achariam os nossos tão estranhos quanto. Meditando com o pessoal daqui de casa, acabamos por desvendar alguns mistérios.

Através de várias pesquisas (Wikipédia), descobrimos que uma pessoa pode ser considerada com suspeita de Hanseníase após 5 anos de convívio íntimo com uma pessoa portadora da doença. Isso nos leva a algumas perguntas: 1) O que pode ser considerado convívio íntimo? 2) Como uma doença assim pode ter se tornado uma epidemia, ou uma pandemia?

Assim sendo, chegamos a conclusões óbvias e que respondem até a outras perguntas que não são tão óbvias. Estudando a filologia da expressão "convívio íntimo", nos preocuparemos, então, com a palavra "íntimo", que restringe mais do que a palavra "convívio". Podemos até substiuir "convívio" por "contato". Assim, temos a nova expressão, com significado bem similar à original, "contato íntimo", que remete, obviamente, ao contato com as partes íntimas das pessoas. A Hanseníase se transmite após 5 anos de contato com as partes íntimas das pessoas. Mas isso dificultaria ainda mais a resposta da segunda pergunta, pois nem em tempos negros como os da Idade Média as pessoas viviam em constantes orgias. Dificultaria, se não tivesse surgido em nossa organizada pauta de discussões, a expressão, de cunho popular, chula, "pega na minha e balança", dita quando as pessoas mais "descoladas", "extrovertidas", vão se cumprimentar. Qual seria a origem desta expressão? Resultado, na verdade, de um costume da época da Santa Inquisição, talvez antes, em que as pessoas se cumprimentavam balançando as partes íntimas das outras (não me pergunte quanto às mulheres, não chegamos nesse ponto). Conforme as pessoas faziam, conviviam, caso vivessem mais 5 anos para dar tempo de se contaminar com a doença, pronto, ter-se-ia mais um contaminado que, caso vivesse mais 5 anos, contaminaria outros, mais do que a contaminação nas relações conjugais (considerando as pessoas absolutamente monogâmicas, como o eram, em teoria). Assim, em menos de 100 anos, a população da Europa estaria contaminada em uma boa porcentagem.

Só é estranho continuarmos com essa expressão depois de tantos anos, mesmo com as pessoas andando vestidos pela rua (naquela época, roupa era um acessório de luxo, apenas os nobres possuiam).

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Eterno inexistente

Confio na finitude de todo o ser,
de todo meu sono,
de tudo que por mim passa
em pensamento, devaneios, contatos.

Confio em tudo que transinge,
até tenho medo do que não passa,
não cede ou finda.

Assim, sinto-me confortável,
saber que nada permanece,
sinto bem em saber que o que está acontecendo
apenas está, e não, nem nunca, é.
Assim sinto que a mudança é normal.
Assim sinto que se transforma um passado conformado em chumbo
num passado mais leve, descarregado,
um passado realmente passado.

Não que tenha sido um passado ruim,
ou um passado que não valesse a pena ser lembrado,
justamente o contrário.
Vale tanto ser lembrado que dói,
uma dor boa, e dolorida.
Uma dor que sabe por que dói.
Dói lembrar de como eram bons outros tempos,
mas alegra-me saber que continuo em bons tempos,
e que já houve outros bons tempos, passados.
Mas uma nostalgia assim que permanece, me assusta.
Por isso confio no finito.
Creio que o tempo não é infinito nem para o que é supremo.

Gosto de pensar que tudo passa,
mas temo acreditar nisso,
temo sempre perder os bons momentos de agora,
temo não ser tão intenso,
quem sabe, não aproveito todos os momentos?
Gosto de sentir o sono chegar, mas, longe dele,
me conforta a idéia de que ele não é eterno,
de que ele também passa.

Gosto de ter o presente como uma fina membrana
entre passado e futuro,
infinitesimal, inexistente e, ironicamente,
sempre presente.

sábado, 20 de outubro de 2007

Caros, amigos!

De vez em quando algo me lembra como eu gosto de estar com as pessoas e como outras me fazem falta. Perdi meu computador, para variar, vítima de assalto. Entraram em minha casa e levaram 7 lap tops. O que me deixou mais abatido não foi o fato de ter perdido um objeto caro, e nem o assalto em si(acho que já estou anestesiado), mas o que perdi que não vale nada para os outros. 3000 músicas, uma porção de fotos, entre outros arquivos pessoais.
Mas, como a maioria das coisas, até isto teve seu lado bom. Depois do ocorrido, todos ficamos acordados um bom tempo noite adentro conversando, falando besteira, reunidos como há muito não ficávamos. Seria divertido se não tivesse sido trágico.

Nesse mesmo dia, saindo de casa, lembrei-me de todos meus amigos. Os melhores, os bons, os que já foram bons, os que já foram melhores, desde os tempos que consigo me lembrar, de quando ainda era um moleque correndo e andando de bicicleta. Senti muita saudade da maioria, e dos tempos em que os que hoje não são os melhores o eram, e do tempo em que eu conheci os que se tornaram posteriormente os melhores amigos, enfim, todas as etapas que me lembro da minha vida. Deu vontade de reviver tudo, para saber como eu me sentia.

Quando acontece isso, me sinto um pouco mal, pois nunca ligo para falar com eles. Dinheiro não é desculpa, posso fazer ligações curtas, não sairia tão caro. Me sinto mal por não demonstrar o quanto sinto a falta, e tenho muito medo de me distanciar de pessoas que considero muito por isso. O que freqüentemente me deixa mais calmo é quando escrevo alguns textos e mando aos meus amigos, mesmo quando não tem nada a ver com eles. Pelo menos quando faço isso, me sinto como se ainda confiasse neles, e me sinto bem. Não sei se tem o mesmo efeito neles.

É isto que eu queria dizer, tenho muita consideração por vocês.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Devidas desculpas, talvez

Bom, esta ainda é minha segunda postagem. Ainda estou meio "virgem" com essa história toda, mas também ando sem tempo. Todo meu tempo está dedicado (pelo menos durante essa e a próxima semana) ao Mini-Baja, provas de Cálculo, Materiais e outras coisas que não são interessantes à maioria!

Continuo ainda sem um bom título, e estou disposto a receber sugestões. Poderia fazer um concurso, mas acho que não sou tão popular assim, e nem quero ser.




Falando agora um pouco mais da minha vida mesmo.
Ando trabalhando bastante, sem ganhar um centavo por isso, o que até acho interessante por que assim testo um pouco da minha força de vontade. Ela tem me surpreendido. Pelo fato de trabalhar boa parte do tempo, estudar fica para as horas vagas. Parece brincadeira um estudante dizer que não tem tempo para estudar. Mas vou em (quase) todas as aulas, a não ser quando acordo tarde por estar cansado. Assim também, acabo não tendo tempo para pensar em nada legal para escrever. Acredito que a esta altura, todos que tinham intenção de ler já começaram a desistir. A verdade é que não criei este blog para falar sobre minha vida. Isso foi uma consequência à parte. Às vezes gosto de escrever, e assim acabo tendo um incentivo. Acho que uma das pessoas que mais me encorajaram, mesmo sem saber, foi meu amigo de longa data, Gabriel Marra, que já cultiva um blog e escreve bastantes coisas. Coisas simples, mas bem interessantes. Espero que ele tenha tido saco de ler até aqui para ver a homenagem que lhe prestei.

Acho que pela minha momentânea falta de criatividade, vou acabar postando coisas antigas que eu já havia escrito, assim, corro menos risco de perdê-las, como já aconteceu. Mas, em um momento tão corrido, em que (quase, novamente) tudo dá certo na minha vida, não se tem mesmo muita inspiração para escrever. Já dizia Vinícius de Moraes, tem que ser triste para ser belo (não necessariamente nessa intensidade ou com essas palavras!), e quando se está feliz, não se tem vontade de interromper essa felicidade para contar aos outros da felicidade! Acho até um pouco Óbvio.

Bom, acho que é isso, obrigado pela atenção!

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Agora tenho um Blog

Bom, pessoal, agora eu também tenho um Blog. Fiquei com inveja de quem tem!
Na verdade, não. É que de vez em quando, gosto de escrever um pouco, e sempre deixava salvo no meu computador. Aí acontece de vez em sempre de eu ser assaltado e perder as coisas, então, acho que este é um modo mais seguro de salvar minhas coisas. Não que eu vá atualizar sempre, mas quem sabe...

Um abraço, é isso.

Tenham todos um bom dia!