Eu queria era saber o que dizer.
Acordo todo dia
dizendo muito de mim
por não ter mais o que dizer.
E fico aí dizendo
asneiras sobre o mundo,
sobre minha vida,
guardando nas entrelinhas
tudo que eu acho certo
sobre mim mesmo.
Eu queria era não precisar de nada.
Nem de amor.
Pois aí, eu teria o mais puro dos sentimentos.
Poderia amar por amar,
simples assim.
Amaria por me fazer bem.
E não pelo vício vítreo
polidamente cravado nas pessoas.
Eu queria só viver, mesmo.
Acordar todo dia
não com algum propósito,
só acordar,
com o simples propósito
de acordar.
Depois pensar no que fazer.
Eu queria toda a simplicidade
da simplicidade,
sem complicações burocráticas
e autocráticas;
só ser,
e dali tirar tudo
necessário à minha
vivência e sobrevivência.
Como é bom ter tempo
para pensar,
mesmo que eu o esteja
desperdiçando tanto,
é bom parar,
pensar na vida simples,
que já não há,
não vejo para mim,
é agora a maré alta,
a tempestade
que deixou a bonança para trás.
sábado, 4 de julho de 2009
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2 comentários:
férias me ajudam nesse sentido.
Belo texto! Fico intrigado por vezes como um engenheiro pode escrever coisas tao bunitas. Seu puto!
Não p(á)ara!
me lembrei de Caeiro. Que é o maior poeta de todos os tempos. Depois te explico o porquê.
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