Todas as pessoas solitárias
que vão pelos seus caminhos,
tão solitários também.
Bicicletas, carros,
velozes perante
a velocidade da solidão,
vão lentas para o som
de suas buzinas a incomodar
os sozinhos.
Há pela rua tantos ímpares,
dos dois lados da rua,
indo, ora também indo,
num vínculo aleatório
e desbalanceado pela solidão.
Por que os sós não se buscam.
Se fecham e toda aquela nuvem
é só a carapuça, a bolha.
É dali que vem toda essa solidão
que inibe, envergonha, nos encolhe.
Os sós são só sós, embora
muitos não o queiram ser.
É que estar só é não ter companhia,
e não é tão óbvio quanto parece.
Quantas vezes estamos
frente a frente com alguém,
e ficamos sós, cada um distante,
transparente e completamente,
juntos, perdidos?
Estar só é não ouvir declarações,
de ódio ou de amor.
Principalmente de amor,
pois estar só é não amar.
Estar só a dois, e sós,
pode ser amor, pode ser cumplicidade.
Pode não ser nada, mas é sem graça!
Amar é não estar solitário,
é apreciar a ausência de pessoas,
sem, em hipótese alguma,
estar só.
Por que solidão é o contrário de amar.
Tenhamos piedade da alma
dessas almas perdidas,
partidas, andando, vagamente
vagando por aí,
errantes, e errando sem aprender,
que insistem em ser só,
sem conhecer o amor.
Por que solidão é o complemento negativo do amor.
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