domingo, 21 de setembro de 2008

Cruéis passa-tempos

E continuam a culpar o tempo.
"Ah, o tempo não perdoa,
o tempo isso, o tempo aquilo".
O tempo passa, esse é o seu papel.

Ele há de cumpri-lo sempre,
há de se fazer presente,
Não traz coisas ruins e nem boas.
Ele apenas existe, passa e não volta.

Culpemos os que tentam pará-lo;
os que tentam ser contrários a ele.
Culpemos nós mesmos por subestimá-lo
e por dependermos dele.

Deixemos ele passar,
acompanhá-lo-emos.
O tempo não nos foi cruel.
Tudo passa, é o tempo.

Cruel é não passar, morrer.
Morrer uma morte viva,
onde tudo vive e nada passa,
nada passará.

Cruel é a solidão do tempo,
que sempre tem de cumprir seu papel
e ouvir as reclamações mais ingratas,
ser injustiçado no cumprimento de seu dever.

Só nos resta viver esse tempo,
passar esse tempo, passar com o tempo.
Nos resta esperar outros tempos,
sabendo que eles vêm.

Maior certeza que todas
é a de que o tempo passa.
Então, paciência.
Só podemos passar!

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