Lugares, lugares, lugares,
Sul d´África,
pau d'água e suas terras
ermas e espinhentas,
solos rachados
e taquaras.
Seu seco mal calculado
suas raízes malemoles
infirmes, infiéis
a seus propósitos originais.
E alguma morte presente
e rondando
assombrando almas já mortas
jogadas em toda parte
nestes ermos do mundo.
Longe, bem longe
da África.
Está nalgum lugar
bem mais longe,
mais que o fim do mundo
(que não tem fim).
Lugar de palavras tristes
e pesadas.
Gordas.
Inarrastáveis
e incapazes de se ouvir.
Palavras roxas, vermelhas
e venenosas.
Corroem.
Palavras que sangram
só para nos ver sangrarmos
choros bandidos
calados de cavacos mudos
bandoleando notas que já
nascem mortas.
Realmente
algumas coisas já nascem
com cara de abortadas.
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2 comentários:
Tem poema que a gente não entende (e nem tudo é passível de entendimento),mas li que ele veio bem de dentro e saiu assim como descarrego. Esses poemas pra nós mesmos.
Tô correto?
E veja ainda, adorei esse aqui. Pelas palavras, as imagens criadas, e sobretudo pelas entranhas suas jogadas nele.
Forte abraço, meu velho.
Tá corretíssimo! Eu nem mesmo sei muitas das coisas que disse. Mas vieram saindo e soaram bem. Até tentei encaixar um sentido mas escapou!
Abraços!
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