-Então me diga, o que sabe de você mesmo?
-Eu, o que sei de mim? Ora, eu seria um tolo se perdesse meu tempo a me saber. Eu existo, talvez, e isto me impede que eu saiba de mim mesmo. Um copo de cerveja jamais saberá sobre ele mesmo, e também o maço de cigarro. Os animais não sabem nada de si mesmos e o evento da existência e todo aquele ciclo que insistem em chamar de vida é bastante para que possam acordar todo dia e fazer suas atividades diárias! Poderia você então dizer que isto é a nossa diferença com relação às outras coisas, mas eu digo que não! Essas divagações incompletas e incorretas nos levam a crenças que nos tornam menores. Sei lá eu se sou espelho de Deus, e mesmo se ele realmente precisa de um espelho. Sendo onipresente, pode ficar em frente a si mesmo e se observar o tempo todo. Espelho para quê? Sei lá eu também se as estrelas têm algo do meu espírito e comportamento e se realmente despendiariam tempo e um pouco do seu brilho apenas para nos determinar a personalidade - até as estrelas podem ser um pouco egoístas. E se eu por acaso pudesse me descrever por padrões ao longo das fases da vida, então não seria mais que uma fórmula matemágica e meu valor seria com certeza menor do que de um castor com seus diques ou então uma minhoca com seus túneis subterrâneos. A mim não basta saber quem eu sou e como eu sou. Desnecessário. A mim, o que basta é água para minha ressaca, comida para minha fome, divertimento para todo o resto.
domingo, 16 de maio de 2010
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