domingo, 6 de abril de 2008

Sem palavras

Tento escrever,
não me saem as palavras.

Queria tanto fazer um poema
de amor, que não me vem.

Queria dizer as palavras certas,
tocar-lhe o coração,
a alma.
Apaixonar-lhe.

Não podes me ouvir,
não podes me ler;
não me saem as palavras.

Queria ver teus olhos
sangrarem transparente
pelo meu canto, minha paixão.
Pelo que eu sinceramente digo.

Juro que tentei escrever,
chamei, gritei, clamei palavras bonitas.
Vieram apenas as comuns,
desculparem-se, humildemente.
Nenhuma à altura por ti merecida.

Essas palavras, vêm, ajoelhadas,
esperando o castigo
por sua ineficiência,
pagando o preço do meu vocabulário,
velho e doente,
agora triste,
que só quis dizer de uma forma bonita:
Eu te amo.

Curtam o curto

Sim, temos curto o tempo,
curtam;
temos curto o dinheiro,
mas sobrevivemos,
vivemos,
que nos excessos nos perdemos.