quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Windows Live Messenger

Time won't save our souls.
And then?
I know my time has passed,
I'm not so young, I'm not so fast.

Let's live it up,
back from the future
full of nothing,
take a walk on the wild side;
people are strange.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Meu Desejo

Não quero do teu sexo sujo,
tampouco quero do teu sincero amor.
Nem mesmo o toque macio de teus lábios quero.
E também não quero as tuas carícias;
suas mãos levemente encostadas em minha pele
acariciando meu corpo: não quero.

Quero olhar para sempre teus olhos
que são cor de não-sei-quê,
provavelmente nunca antes vista.
É em teus olhos que sinto meu orgasmo,
que sinto refletido o meu amor por ti,
e tremo diante da idéia de beijar-te
pois sei que meus olhos fecharão
e não mais poderei contemplar os teus.
Não quero teu beijo.
Olhos que não sei se são mares ou se são céus.
Tragam devastadoramente como os mares;
nos levam a vasculhar o infinito como os céus.
E ainda guardam dentro de si infinitas estrelas
que trazem o brilho de teus olhos tão tenros
que inspirou-me a ponto de vazarem-me
pelos meus olhos as palavras que aqui digo.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

5:00

Acho que é hora de novo dia.
Por que a hora zero é hora que não há,
é hora que nada diz e não quero saber dela.
Ela não é nada e o dia não começa nela.

Se há o mundo dos sonhos
é de certo que ele não acontece agora,
que, sei, já é demasiado tarde.
Agora adormeço apenas ao breu
que me cobre todas as imaginações.

A noite pareceu-me mais atrativa
que o sono que carrega a satisfação.
A noite é escura; o sono é escuridão.
Oh, por Deus, traga-me os sonhos
mesmo com o Sol a pino,
que é quando com certeza estarei a dormir.

Os sonos seriam por demais perca de tempo
não fossem os sonhos que nos é permitido sonhar.

Até Onde a Poesia Alcança

Da cerveja que embriaga-me, nada tenho.
Do cigarro que me polui, deixei-o apagado.
Dos sentimentos que tive, esvaziei-os.
Sou só eu agora, existindo e nada mais.
Embriagado e de certa forma poluído.

Peço emprestado  os poemas de Drummond,
e a sagacidade daquela Pessoa - que não possuo.
O que sou? Acabo por não ser nada,
se um dia uns como estes foram. Sou nada.

Posso ouvir na escuridão da luz apagada
o queimar das cinzas de onde quer que venham (meu cigarro)
o queimar de minhas células, quaisquer sejam as causas (meu álcool).

Os meus livros de poesia (que leio) são dicionários
que me dizem corretamente como escrever.
Mas meus mestres por vezes hesitavam.
Eu não mais hesito (pelo menos por enquanto)
pois se já não sou nada, que mais poderia ser?
Um livro fechado, uma capa feia, no máximo.

Nada mais poderei ser, pois não quero ser.
E mesmo que quisesse não sofri bastante para ser.
Sou apenas deslumbrado, um ninguém que gosta
do que se poderia ser; das vidas que levam os fortes.

O que eu quero dizer já está claro
em notas já compostas ou em livros já publicados,
jamais serei novidade, e pouco me importa.
Quero ser poeta, não importa a magnitude que isto tenha.

Poema Curto

Vou ter que acender uma luz
para ler Pessoa e Drummond;
Afinal, nem só de cerveja e filmes
se vive um homem.

A Arte de Libertar-se

Ultimamente publico tudo que escrevo. Foda-se se não é bom. Foda-se se eu não gostei. Quem sou eu para reprimir-me? Tenho de concordar com Voltaire: "posso não concordar com uma palavra que dizes, mas defenderei até a morte o direito que tens de dizê-las". Mas nunca pensei que devesse aplicá-las à minha pessoa. Não quero jamais saber de publicidade. Não quero jamais saber quem gosta ou não do que escrevo. Não quero jamais ser lembrado pelo que escrevo, senão construirão uma imagem totalmente deturpada de mim, achando que sou exatamente o que escrevo.
Nada mais quero com tudo isto senão manter um registro muito mais do que sentimental sobre como tem sido minha vida enquanto escrevo. Por que o homem que escreve não é o mesmo homem que vive, e isto já disse em algum lugar perdido no espaço-tempo. Ai, se me fosse garantido que todas as palavras me ficassem eternamente na memória, jamais as escreveria pois seu propósito nasceria e morreria ali, dentro de minha biologia, dentro de meu encéfalo. Massa cinzenta, podias dar-me este prazer, além de tantos outros que já me deste.
Aos que me lêem, não tem nada a ver com preconceito contra vós ou algo parecido. É só que eu sou eu. Nada mais. Nada mais vejo de interessante em mim que pudesse ser compartilhado. Sou uma voz que diz coisas que são óbvias e que está em vossos corações (pelo menos o que é realmente relevante). Basta que se proponham a descrevê-las (as coisas óbvias) com palavras. É um exercício árduo, mas nada mais é do que um pouco de treinamento. Faz muito bem, desde que não tornem vós escravos do que dizem. E é tudo isto que eu quis evitar aqui. Finalmente, estou livre.

Às Artes (duas delas, pelo menos!)

A mim, o mundo concede os sentidos.
A pele: calor, frio, contato e não-contato.
Os olhos: vejo, apenas, e deixo de ver.
Os ouvidos: ouço, não-ouço, e zumbidos;
O nariz: cheira, não-cheira, nauseabunda-me.
A boca: mastiga, engole, traga, rejeita.

Por quê não burguês e não playboy?
Porque me importo com cinema,
me importo com o teatro
e me julgo um pouco intelectual.
E crítico, já que crítico sou
se nada disso lhe preocupa.

A mim, foi-me concedida a sensibilidade.
De meu ponto de vista,
a falta é o único excesso que os outros têm.
Não é bem assim, já sei de antemão.
Sou moleque mimado,
e acho que por algum motivo
o que não tenho (mas que pareço ter)
é muito mais que o que os outros têm
(não me importam se parecem
ou se simplesmente têm)!

Música clássica.
Dvorak, Mozart, Beethoven,
Schubert, Schumann, Bach,
Vivaldi, Chopin, Brahms,
(e muitos outros),
trato-os como se soubesse
o que disseram em suas alvas notas.

Cinema.
Fellinni, Godard, Truffaut,
Antonioni, De Sica, Murnau,
Herzog, Capra, Hitchcock, Chaplin,
(e muitos outros),
perdoem-me por não saber
qual o propósito de cada detalhe.
Sou apenas humano.
Não sou imortal.
Como vocês.
Espero guardar-me
na sensatez e humildade
de ser apenas mais um
sem qualquer sonho
megalomaníoco
para alguém
que sempre será
nada mais do que corja!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

À minha humilde residência, e aos seus humildes (ex-) moradores!

Às vezes a gente mora com uma pessoa sem saber como será. Vem a faculdade e temos que nos sujeitar a morar com quem nunca vimos. E justo nós, que sempre fomos criados ao lado de primos, irmãos e pais! Mas chegamos a este mundo, totalmente novo, com gente diferente. Não esperamos fazer bons amigos. E de repente, estamos lá, dividindo nosso cotidiano, explicando quem olhamos na última festa! Muito aos poucos, começamos a dizer não apenas quem olhamos, mas o que fizemos e quem "pegamos" na última festa! E sem perceber, essas pessoas fazem parte de tudo que nos é importante! Elas acabam por saber como fomos nas provas, como nos lidamos com a "gatinha" que olhávamos na última festa e como nos portávamos diante de nossos amigos do curso. O engraçado é que nos tornamos cúmplices e compartilhamos de boa fé com isto tudo. E acho agradável! Fiz alguns muito bons amigos fora do meu curso, fora das salas de aulas, fora de todo o circuito convencional, apenas morando com tais pessoas. Se soubessem o quanto sou grato a elas, se soubessem apenas que fazem parte de mim, ainda que compartilhem com tanta gente - amigos antigos, amigos novos, família e outros novos colegas de morada - o quanto fazem parte de mim, jamais se esqueceriam que estou aqui para o que der e vier! Ainda devo escrever sobre a "Saudosa Maloca" - e podem esperar que será algo de alto nível - e também escreverei sobre minhas experiências posteriores!
Sinto saudade de vocês, que experimentaram todos os meus defeitos, todas as minhas dificuldades, tudo o mais que se pode experimentar sendo que nos separavam apenas uma beliche ou uma parede de distância! Mas, eternamente, uma cerveja acabava com todas as distâncias. A sala continha todos os segredos, a TV (que nunca pegou) ficava ali em silêncio, apenas esperando a nossa hora de dormir!
Abraços, moradores e ex-moradores da Saudosa Maloca!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Resumo

Em resumo,
viverei minha vida.
Se o mundo acabará,
não me importo.
Quero ser aquele
que nunca acreditou
e que assim viveu
como se o mundo
não se acabasse,
como se nada se acabasse.

Depois do tempo
que gastei comigo mesmo,
gastei também outro tempo
com todos que me importo.
E é assim que me mantive feliz.

Apenas fui onde me propus,
fiz o que quis
(embora pudesse ter querido mais),
e pisei em chão firme.
Quando por vezes voei
me mantive desperto
sempre calculando
onde estava o chão.

E este é,
provavelmente,
o resumo de minha vida.
Talvez uma leitura do futuro.
Todos temos os futuros
à palma da mão,
mas jamais saberemos
decifrá-los.
E, por Deus,
que eu nunca saiba
decifrar meu futuro.
Mesmo sendo calculadamente guiado,
quero acreditar-me um barco à deriva.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Leiam, caros leitores:

Uma nova manhã:
essa
é sempe  uma batalha perdida;
já o mundo não quer mais.
Saber disto,
e tudo o que sobrou
são idéias e críticas,
atuações severas e uma vontade
de entrar para a história.

Mas história
se escreve
com "e" e sem "h",
ninguém sente pena.
De maneira que jamais
quer ser reescrita.

Jack é sincero,
eu sou apenas um homem.
Que, quando da próxima vez
eu errar,
que seja apenas um erro,
e nada mais!
Amo-vos a todos,
até algum dia no futuro,
até mais!

Novo Samba

Proponho
um novo samba
a quem poderia ser bacharel,
a todos que são menos
mas que deveriam ser muito,
MUITO,
mais!

E sempre haverá alguns
que merecem mais
do que simplesmente
ouvir tal música.
O samba é uma forma
de chorar por dentro,
é uma forma de oração;
para fazer um samba com beleza
é preciso um bocado de tristeza,
senão não se faz um samba não.

Pós-guerra:

É permitido sorrir
em algum ponto da história
onde os homens ainda se sentem
temerários em dever.

É permitido a vida
em alguns lugares onde a vida
esqueceu-se de acontecer.
Nesses lugares é onde embriaga-se,
onde nos fazemos acreditar
em algum momento
além da devoção total
trabalhística
de nossos membros
que fazem parte de qualquer área -
desde que lhe paguem bem.

Vós!

Engano a todos,
mais do que imaginam.
Rio disto tudo que escrevo
como quem ri de uma anedota
que nos esforçamos em contar!

São muito mais inteligentes que eu
por quê eu devo escrever
e não vocês?
Meu riso é nada mais
que uma mostra
de minha mediocridade.

Escrevam, por favor,
todos os que me lêem.
Pois sou nada,
e vós,
sois tudo!

Frase nº1

A vida é triste,
mas sem a vida não viveríamos!

Dear Mr. John

Eu queria um óculos
de lentes redondas.
Eu queria mesmo
é ser John Lennon.

Eu queria ser John Lennon
antes dos problemas.
Mas, como tudo no mundo,
acaba em problemas,
eu jamais poderia ser
John Lennon.

E cá estou eu,
falando com o espelho,
fazendo-me parecer
extremamente idiota,
mais idiota do que pareço.

Será que deveria eu
escrever sobre isto?
Sem nem pensar duas vezes...

Poema Inacabado

Acordo com a cara lavada
de todos os sonhos (eróticos)
da noite passada,
passada em branco,
passada a limpo,
já que tudo passa.

Tudo clinicamente passado
a limpo,
para mostrar o que eu quero,
e apenas isso.

O que eu sinto,
deixo guardado.
Ninguém merece tal sentimento,
tal tristeza, tal alegria,
ninguém compartilha.

Meu rosto encarna a tristeza
de simplesmente existir.
Sinto em cada projeção
de meus membros naturalmente
arquitetados a dor do passar dos dias;
sinto simplesmente que cada novo dia
são mais problemas insalubres,
mais teoremas sem solução,
áporos (obrigado, Drummond!).

Vamos, dá-me do teu álcool,
dá-me do teu asco.
Vejo-te aí, contida,
vejo-te esperando entranhar-se
e prejudicar meus sentimentos,
deturpar-me a visão, e peço-te:
dá-me mais. Mais.
Dá-me o nojo dessa asquerosidade
que nos envolve.

Sei que se amanhã
eu acordar arrependido
não foi hoje que errei.
Foi ontem e sempre,
foi querendo dizer o que nunca senti;
foi por falsidade.
Sou o que nunca quis ser,
e pior crime não poderia cometer:
traí-me.

Não sei os meus limites
e afundei-me a procurá-los.
Agora sei:
quando deu-me a inspiração,
também me prendeste.
Escrever não é só inspiração.
Também tornamo-nos escravos
de nossos sentimentos,
tornamo-nos alvo fácil da tristeza - afinal
que mais poderíamos mostrar
senão a tristeza?

Eu preciso descobrir
o que estou sentindo
para continuar escrevendo.
Porque toda mudança
sempre nos deixa a dúvida
de estar acertando ou não,
ou simplesmente estar aceitando.

Um dia,
acabo este poema,
o final - feliz ou infeliz -
não sou eu quem sabe.
Se existe um Deus, ele sabe.
Se existe um Óraculo,
ele tem uma pista - informações vagas.
Se não existe nada, ninguém sabe.
Quando descobrir, volto a informar-lhes!
O prazer é todo meu!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Ensina-me a Viver

Ensina-me a não fazer.
Por quê fazer já vem como lição de casa,
como obrigação.
Ensina-me a não aprender,
pois tenho de o fazê-lo
para livrar-me de pré-conceitos.

Ensina-me a não comentar,
ensina-me a não dizer
e não falar,
para não ter perigo de errar.

Ensina-me a fazer
agradecimentos relogiosos
(não religiosos,
tampouco elogiosos),
precisos em seus dizeres,
em seu perfeito tempo.

Ensina-me a não ler as horas,
a não perceber
se é dia ou se é noite.

Ensina-me a não andar,
para não ter que vagar com rumo.

Ensina-me a desacreditar
nas bússolas
(ou nos modernos GPS's);
alguém disse que eu quero me nortear?

Ensina-me a não crer
nas entrelinhas
e seus significados obscuros.
Os significados óbvios
são os que prevalecem.

Ensina-me a não viver
pois creio na profunda
e fundamental acepção da expressão
"somos todos diferentes"!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Alea Jacta Est

Alea jacta est. Cada um por si. O processo é irreversível e inevitável. Nossos bens de consumo nos consumiram e se tornaram poderosos demais, cotidianos demais. Agora não tem volta, e posso dizer uma frase que sempre quis pela beleza de sua pronunciação: é augusta a angústia. No fundo, gosto de arcaísmos. 2012 é hoje e o Haiti há de ser aqui, brevemente. Estaremos salvos pois aqui não há terremotos, nem maremotos, nem vulcões, nem furacões e isso nos mantém vivos. Mas temos nossas corruptelas e nossas corrupções. Ruiremos por dentro e nem o asco crescente será suficiente para calar a fera que acordamos. O mundo muda e mudará sempre, mas agora teremos uma mudança mais radical. Mais radical pois temos consciência. Temos ciência, mas parece que de pouco serve. Alea jacta est. Aliás, gostaria de retirar uma frase do início: "cada um por si". Isso é o que já temos desde os primórdios. Nunca pretendi ser politizado, mas menos ainda, nunca pretendi me conter quando palavras me viessem à tona. Enquanto digo tudo isso, tenho a luz acesa aqui do quarto e um computador ligado. E que se gastou muita energia para produzir. Neste ponto, não há um só ser-humano que não seja hipócrita. E ainda estou me graduando em engenharia para gastar mais. Não quero ser politizado, já disse, mas às vezes é inevitável fazer perguntas. Perguntas. O que queremos? Qual nossa real necessidade? Mas a pergunta que não me deixa em paz é: até onde vamos?