quinta-feira, 16 de abril de 2009

Pássaro livre

Eu era um passarinho
que voava, todo desajeitado,
torto e esquisito,
que tinha medo
de ir tão alto.

Veio você,
tão diferente de mim,
mas tão interessantemente diferente
que nos fez parecer tão iguais.
Veio você,
me ensinou a voar formosamente,
vôos de encantar fotógrafos,
de dar inveja nos outros passarinhos,
acrobacias, piruetas.

Vi as nuvens de perto,
desentortei o meu vôo
e meu canto.
Subi aos céus, tão alto,
acima de tudo que
pode ser comprado ou vendido.

Mas, olhei para o lado,
e não te vi.
Foi como se o chão aos céus subisse,
e caí tão formosamente quanto subi,
do topo do mundo,
do topo dos sentimentos.

Quebrei as asas,
meus pobres pezinhos
mal me sustentam.
Quebrei, meus caros, as asas.

Ainda não te vejo,
mas sei que tenho
que aprender a voar.
Sei que sem voar
eu não sobrevivo.

Tenho que voar
sem ter você para me ajudar,
mesmo com minhas asinhas doendo,
meus frágeis pés fraquejando,
mas devo seguir,
e devo seguir voando,
sozinho,
mesmo querendo tanto
voar ao seu lado, para sempre.

E vou seguir,
sozinho,
pois sei que estes céus,
por mais altos e grandes que sejam
não podem esconder-lhe para sempre,
e sei que vai voltar
para esse pobre pássaro
que teima em voar,
mesmo com toda essa gravidade,
toda essa dor,
toda essa saudade
do tempo em que voávamos,
pouco, embora felizes.
Felizes.

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Dedicado à passarinha mais importante da minha vida.

"A distância impede que eu te veja, mas não impede que te ame!"
Camila, EU TE AMO!