quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Sensível dor do que parte

"Adoro quando meus olhos têm o que os teus procuram". Acho que esta frase não poderia ser melhor dita, de melhor forma. Tem uma beleza toda especial. Acho também que a maioria das pessoas não percebe o quanto ela é bela. Para muitos, deve até parecer banal, piegas. Mas não para mim. Tem um quê do antigo romantismo, ainda que eu não seja em absoluto um romântico naqueles moldes. Deve ser mais uma questão de identificação mesmo. Prezo muito um contato visual, mas não só como uma porta de entrada, mas como um meio bem completo de comunicação. Um olhar pode mudar completamente o humor de outra pessoa. Essa frase mistura não só a comunicação visual entre duas pessoas como também o romantismo.

Talvez estejamos perdendo a sensibilidade de um dos nossos mais valiosos sentidos. Apreciamos muito mais a beleza das formas do que a beleza do que as formas podem nos dizer. Sem levar para o lado abstrato da coisa. Ao ver uma mulher linda passar na rua, nos preocupamos em observar que belo corpo ela tem, que belo rosto ela tem (ou não), deixando de lado, os menos espertos, os mais simples gestos, que talvez poderiam até ser indícios de que a mulher gostou de ser observada, mas não só ser observada,e sim, ser observada por você.

Assim, talvez percamos também o inebriante contato físico, o tato, talvez endureceremos nossos tímpanos, respiraremos por tubos e comeremos apenas pílulas de proteínas. Olha que não há nada de novo na minha idéia. Já vem de Aldous Huxley, George Orwell. Desde a década de 30 tentam nos avisar sobre isso, mas assim, acabamos por endurecer mais nossos ouvidos. Evoluiremos nossos cérebros, mas descobriremos que ele de nada serve, senão para ouvir, enxergar, pegar, degustar, cheirar. Criatividade é reunir isso em algo que seja útil e que potencialize algum desses sentidos, ou que converta um em outro. Inteligência é saber usar o conhecimento para que satisfaçamos essas necessidades, puramente sensitivas.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Um pequeno estudo sobre a Hanseníase

Antigamente, os costumes eram bem estranhos. Claro, as pessoas daquela época não tinham noção, e provavelmente achariam os nossos tão estranhos quanto. Meditando com o pessoal daqui de casa, acabamos por desvendar alguns mistérios.

Através de várias pesquisas (Wikipédia), descobrimos que uma pessoa pode ser considerada com suspeita de Hanseníase após 5 anos de convívio íntimo com uma pessoa portadora da doença. Isso nos leva a algumas perguntas: 1) O que pode ser considerado convívio íntimo? 2) Como uma doença assim pode ter se tornado uma epidemia, ou uma pandemia?

Assim sendo, chegamos a conclusões óbvias e que respondem até a outras perguntas que não são tão óbvias. Estudando a filologia da expressão "convívio íntimo", nos preocuparemos, então, com a palavra "íntimo", que restringe mais do que a palavra "convívio". Podemos até substiuir "convívio" por "contato". Assim, temos a nova expressão, com significado bem similar à original, "contato íntimo", que remete, obviamente, ao contato com as partes íntimas das pessoas. A Hanseníase se transmite após 5 anos de contato com as partes íntimas das pessoas. Mas isso dificultaria ainda mais a resposta da segunda pergunta, pois nem em tempos negros como os da Idade Média as pessoas viviam em constantes orgias. Dificultaria, se não tivesse surgido em nossa organizada pauta de discussões, a expressão, de cunho popular, chula, "pega na minha e balança", dita quando as pessoas mais "descoladas", "extrovertidas", vão se cumprimentar. Qual seria a origem desta expressão? Resultado, na verdade, de um costume da época da Santa Inquisição, talvez antes, em que as pessoas se cumprimentavam balançando as partes íntimas das outras (não me pergunte quanto às mulheres, não chegamos nesse ponto). Conforme as pessoas faziam, conviviam, caso vivessem mais 5 anos para dar tempo de se contaminar com a doença, pronto, ter-se-ia mais um contaminado que, caso vivesse mais 5 anos, contaminaria outros, mais do que a contaminação nas relações conjugais (considerando as pessoas absolutamente monogâmicas, como o eram, em teoria). Assim, em menos de 100 anos, a população da Europa estaria contaminada em uma boa porcentagem.

Só é estranho continuarmos com essa expressão depois de tantos anos, mesmo com as pessoas andando vestidos pela rua (naquela época, roupa era um acessório de luxo, apenas os nobres possuiam).

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Eterno inexistente

Confio na finitude de todo o ser,
de todo meu sono,
de tudo que por mim passa
em pensamento, devaneios, contatos.

Confio em tudo que transinge,
até tenho medo do que não passa,
não cede ou finda.

Assim, sinto-me confortável,
saber que nada permanece,
sinto bem em saber que o que está acontecendo
apenas está, e não, nem nunca, é.
Assim sinto que a mudança é normal.
Assim sinto que se transforma um passado conformado em chumbo
num passado mais leve, descarregado,
um passado realmente passado.

Não que tenha sido um passado ruim,
ou um passado que não valesse a pena ser lembrado,
justamente o contrário.
Vale tanto ser lembrado que dói,
uma dor boa, e dolorida.
Uma dor que sabe por que dói.
Dói lembrar de como eram bons outros tempos,
mas alegra-me saber que continuo em bons tempos,
e que já houve outros bons tempos, passados.
Mas uma nostalgia assim que permanece, me assusta.
Por isso confio no finito.
Creio que o tempo não é infinito nem para o que é supremo.

Gosto de pensar que tudo passa,
mas temo acreditar nisso,
temo sempre perder os bons momentos de agora,
temo não ser tão intenso,
quem sabe, não aproveito todos os momentos?
Gosto de sentir o sono chegar, mas, longe dele,
me conforta a idéia de que ele não é eterno,
de que ele também passa.

Gosto de ter o presente como uma fina membrana
entre passado e futuro,
infinitesimal, inexistente e, ironicamente,
sempre presente.

sábado, 20 de outubro de 2007

Caros, amigos!

De vez em quando algo me lembra como eu gosto de estar com as pessoas e como outras me fazem falta. Perdi meu computador, para variar, vítima de assalto. Entraram em minha casa e levaram 7 lap tops. O que me deixou mais abatido não foi o fato de ter perdido um objeto caro, e nem o assalto em si(acho que já estou anestesiado), mas o que perdi que não vale nada para os outros. 3000 músicas, uma porção de fotos, entre outros arquivos pessoais.
Mas, como a maioria das coisas, até isto teve seu lado bom. Depois do ocorrido, todos ficamos acordados um bom tempo noite adentro conversando, falando besteira, reunidos como há muito não ficávamos. Seria divertido se não tivesse sido trágico.

Nesse mesmo dia, saindo de casa, lembrei-me de todos meus amigos. Os melhores, os bons, os que já foram bons, os que já foram melhores, desde os tempos que consigo me lembrar, de quando ainda era um moleque correndo e andando de bicicleta. Senti muita saudade da maioria, e dos tempos em que os que hoje não são os melhores o eram, e do tempo em que eu conheci os que se tornaram posteriormente os melhores amigos, enfim, todas as etapas que me lembro da minha vida. Deu vontade de reviver tudo, para saber como eu me sentia.

Quando acontece isso, me sinto um pouco mal, pois nunca ligo para falar com eles. Dinheiro não é desculpa, posso fazer ligações curtas, não sairia tão caro. Me sinto mal por não demonstrar o quanto sinto a falta, e tenho muito medo de me distanciar de pessoas que considero muito por isso. O que freqüentemente me deixa mais calmo é quando escrevo alguns textos e mando aos meus amigos, mesmo quando não tem nada a ver com eles. Pelo menos quando faço isso, me sinto como se ainda confiasse neles, e me sinto bem. Não sei se tem o mesmo efeito neles.

É isto que eu queria dizer, tenho muita consideração por vocês.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Devidas desculpas, talvez

Bom, esta ainda é minha segunda postagem. Ainda estou meio "virgem" com essa história toda, mas também ando sem tempo. Todo meu tempo está dedicado (pelo menos durante essa e a próxima semana) ao Mini-Baja, provas de Cálculo, Materiais e outras coisas que não são interessantes à maioria!

Continuo ainda sem um bom título, e estou disposto a receber sugestões. Poderia fazer um concurso, mas acho que não sou tão popular assim, e nem quero ser.




Falando agora um pouco mais da minha vida mesmo.
Ando trabalhando bastante, sem ganhar um centavo por isso, o que até acho interessante por que assim testo um pouco da minha força de vontade. Ela tem me surpreendido. Pelo fato de trabalhar boa parte do tempo, estudar fica para as horas vagas. Parece brincadeira um estudante dizer que não tem tempo para estudar. Mas vou em (quase) todas as aulas, a não ser quando acordo tarde por estar cansado. Assim também, acabo não tendo tempo para pensar em nada legal para escrever. Acredito que a esta altura, todos que tinham intenção de ler já começaram a desistir. A verdade é que não criei este blog para falar sobre minha vida. Isso foi uma consequência à parte. Às vezes gosto de escrever, e assim acabo tendo um incentivo. Acho que uma das pessoas que mais me encorajaram, mesmo sem saber, foi meu amigo de longa data, Gabriel Marra, que já cultiva um blog e escreve bastantes coisas. Coisas simples, mas bem interessantes. Espero que ele tenha tido saco de ler até aqui para ver a homenagem que lhe prestei.

Acho que pela minha momentânea falta de criatividade, vou acabar postando coisas antigas que eu já havia escrito, assim, corro menos risco de perdê-las, como já aconteceu. Mas, em um momento tão corrido, em que (quase, novamente) tudo dá certo na minha vida, não se tem mesmo muita inspiração para escrever. Já dizia Vinícius de Moraes, tem que ser triste para ser belo (não necessariamente nessa intensidade ou com essas palavras!), e quando se está feliz, não se tem vontade de interromper essa felicidade para contar aos outros da felicidade! Acho até um pouco Óbvio.

Bom, acho que é isso, obrigado pela atenção!

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Agora tenho um Blog

Bom, pessoal, agora eu também tenho um Blog. Fiquei com inveja de quem tem!
Na verdade, não. É que de vez em quando, gosto de escrever um pouco, e sempre deixava salvo no meu computador. Aí acontece de vez em sempre de eu ser assaltado e perder as coisas, então, acho que este é um modo mais seguro de salvar minhas coisas. Não que eu vá atualizar sempre, mas quem sabe...

Um abraço, é isso.

Tenham todos um bom dia!