quinta-feira, 3 de julho de 2008

Home, sweet home!

Tem dias
em que a simples casualidade
da existência nos tira a vontade
de nos levantarmos da cama.
E sempre no inverno, que tem frio.

O fato de, por acaso, existirmos
naquele momento chega a incomodar.
Não queremos, por um momento, ser.
Muito menos pensar.
Bom mesmo seria estar em outro lugar,
mas não seria eu,
pois estou aqui.

Estar por acaso
diante do mais belo ocaso
e sentir isto ser incapaz
de despertar algum nervo,
algum axônio, alguma terminação nervosa
ou algum receptor
acordar e nos dizer:
olhe como isto é lindo,
fique possesso de prazer!
Mas ele só percebe:
como está frio! Entre para casa!

Resignado, me vou.
Não para minha verdadeira casa,
mas minha longínqua casa,
onde não sinto nas paredes
o aconchego,
onde não há colo,
onde os móveis não podem,
em hipótese alguma,
ter um lugar certo.

Não, queria mesmo é não ser eu,
estar longe,
estar perto não da distância
e sim do conforto que só mesmo
minha verdadeira casa me dá,
minha família, amigos.

Já fugi de casa, agora quero o colo,
cansei de voltar depois das 3,
e de liberdade.

Quero ir para casa!

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