sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Certo Brilho

Como as estrelas
são as pessoas.
Pequenas ali, paradas,
infinitamente distantes,
ainda que brilhando para nós.

Dia após dia,
incansavelmente,
vão se mudando, se locomovendo,
quase estáticas,
mas nunca exatamente
no mesmo lugar.

Vão, passeiam flutuando ali,
silenciosas,
se agrupando,
se constelando,
gerando formas,
criando conosco identificações,
e quando vemos,
já não as reconhecemos.

As estações são outras,
a noite ficou curta,
ou ficou longa demais,
e tudo mudou.
A ordem natural,
as posições,
são outras.

E são as mesmas estrelas.
São as mesmas pessoas.
Às vezes até deixamos algumas
se apagarem, abandonadas,
mas continuam lá
ofuscadas
disputando seu brilho
nas horas onde esta outra
pequena estrela
se recolhe: o Sol.

Um dia desses
ainda serei estrela
e o vácuo ou o éter
(o que for mais romântico)
me permitirá
conhecê-los todos de perto.
Pessoas ou estrelas,
o que estiver mais próximo.

Um comentário:

Carolina D. R. disse...

Que engraçado, essa semana mesmo eu estava observando bastante as estrelas e até estava conversando com um amiga sobre isso.