quinta-feira, 8 de abril de 2010

Aê, meu velho!

Em consideração a meu amigo
que anda por aí sem se inspirar,
à toa e compulsoriamente
(ou não)
de greve,
divido minha falta de inspiração.

Divido meu silêncio
pelas coisas que acontecem
e não viram poemas seus,
divido meus ouvidos
pois talvez se ouvirmos juntos
podemos ouvir sons diferentes,
que nem sons precisam ser.

Mas quero dividir mesmo
é minha experiência:
é mesmo uma merda
sentar, tentar, pensar,
escolher, mudar, tentar,
transpirar,
e não vir nada!

O que costuma funcionar:
um bom livro de poesias
(Drummond, Pessoa,
Quintana, Neruda, você sabe)
e uma boa fonte de álcool.
A gente se solta.
Diz coisas que não se lembra
que nem tem nexo.
Mas são boas!

Estou aqui esperando
que cesse seu afã
com um daqueles
dignos de molduras
banhadas a ouro
e perfumadas a diamante
que a gente só faz
de vez em quando!

Abraços, e não p(á)ara!

Um comentário:

Maurício Campos Mena disse...

Valeu, meu querido!
Quanto aos conselhos, a parte dos poemas eu já tentei. Estímulo visual também. Agora tomar uma é uma que não tentei, apesar da vontade - ainda tô tomando uns antibióticos.
Mas em breve.
Mas sabe mesmo o que resolveria? Aquele final-de-semana em Pirenópolis hehehe. Aquilo foi um poço fundo de ciratividade.

Abraço! Na luta por uma ideia!
Tentando não parar!