domingo, 5 de dezembro de 2010

Eu sei que não é bem assim
e que tudo é muito mais dramático
do que parece.
Somos todos heróis.
Super-heróis.
Somos mais fortes, somos diferentes.

Não há nada mais sincero
do que meu violão desafinado
e minha mentira escancarada.
Minto para me manter
homem digno do que sempre quis ser,
de maneira que se esperava recebê-la
(a mentira)...

Mas não pense
que senti pena por compaixão.
Foi um pouco por amizade.
Um pouco por alívio
mas muito foi por tudo que eu sabia
que jamais você se daria
e que eu me daria até o resto de minha vida.
Se suas súplicas me conquistassem também,
e suas incapacidades físicas,
e sua compaixão pela religião inquestionável,
tudo se tornaria claro demais.

Não sei nada do que deveria falar
mas não me sinto confortável assim
ao ponto de me defender abertamente.

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