sexta-feira, 1 de julho de 2011

Auto-ajuda

Eu para eu mesmo:
-Cara, curta o que você está fazendo,
este é o primeiro passo a se dar
quando você assume algo.
Não importa sono, cansaço, festa,
prioridades você tenha,
este vai ser o seu prazer.
E você vai fazer.
Eu sei que este não é
um conselho muito sábio
uma vez que muito sabido,
todo mundo usa, abusa e recusa,
e fica vulgar (vulgo comum),
e perde o sentido.
Mas fica aí como frase motivacional,
um dia você vai precisar,
e todo mundo um dia vai,
ninguém deve se esconder disto.
As fraquezas emergem,
todo submarino emerge.
E se não emerge, afunda. Acaba.
Vira comida de peixe.
Você decide o que é melhor.
O problema é ficar pensando
em quanto as coisas vão te deixar infeliz
aí perde até a beleza da tristeza,
aquela beleza frágil,
aquele jazz meticuloso, sutil,
quase sensual.
O jeito é não pensar nisto
e olhar pelo ângulo que meio copo parece cheio.
Se olhar de lado, porra, falta metade.
Se olhar de cima, parece cheio.
Olha de cima então, é tão difícil assim?
Se olhar de baixo, tem que ficar segurando o copo,
cansa a mão. Olha de cima mesmo, mas sem soberbice.

Eu, sem resposta, passo a me obedecer,
tentando não transformar tudo
numa auto-ajuda imbecil.
Mas se eu mesmo não me auto-ajudo,
ninguém vai trocar de lugar na minha moringa
para me auto-ajudar.
Meu conselho é meu,
minha ajuda é minha. Quem sabe ajuda?

Um comentário:

Maurício Campos Mena disse...

meu comentário é seu. Seu poema é meu. Auto-ajuda é para todos.