domingo, 4 de maio de 2008

Aviões

Ah! como estava belo o céu.
Dia frio e com muitas estrelas,
estas, presas no escuro Éter.

Foi quando vi aquele solitário avião,
como uma estrela que se desprendeu do Éter
e que buscava em vão a gravidade
e quedar-se, cadente.
(não que o avião queria cair)

Viajava só, com suas luzes,
implorando ser visto.
Era visível que aquele
era um avião triste.
Ninguém dentro dele queria viajar ali.
Era um avião apenas de partida
e ninguém festejaria quando aterrizasse;
ninguém o esperava ansiosamente.

Sumiu por detrás de uma árvore,
escondendo a tristeza que carregava
mas carregou de sombras por onde passou.
Devastou.
Deixou em pedaços os meus sentimentos;
deixou-me com frio.
Deixou em pedaços todos meus sentimentos
e deixou a tristeza e a saudade.

Amanhã, com um pouco de sorte,
vejo o avião rosa e grená
que traz os sentimentos de volta,
volta com a gente,
nos leva para casa,
para onde a luz nos traz o amor
e o amor nos traz aonde preferimos apagar as luzes.

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