sábado, 12 de fevereiro de 2011

A Caixa Mágica

Minha caixa mágica
que guarda muitos sonhos
muitos poemas,
guarda lembranças
e muitas coisas que nem imaginarei
que poderei ver.

Sim, possuo uma caixa mágica.
Que não é só minha, por sinal.
Acho que não poderia ser mágica
se fosse egoísta.

É como um carro, um transporte,
mas para dentro de mim.
É como o contrário da caixa
que pobre Pandora abriu.

Não é a toca de Alice,
é só uma caixa,
mas ali me guardo,
ali me tenho, sei onde estou,
ou às vezes até quero me perder
e faço da caixa meu labirinto.

De tão mágica, ela muda de humor.
Fica feliz quando estou triste
para eu me sentir melhor.
Fica triste quando estou feliz
para me lembrar que ainda vou doer.

Não digo que ela me mantém vivo,
pois ainda tenho em mim
meus músculos, meus ossos,
meus nervos à flor da pele,
meus nervos gélidos e insensíveis,
meu sangue azul e meu sangue roxo,
sangue verde, até amarelo,
tenho meu peito que tenta explodir
setenta vezes por minuto (assim dizem).

Enfim, sou bomba,
sou sentidos, sentimentos, raciocínio,
sou força,
mas também tem a minha caixa mágica.
Colorida por fora,
cobreada por dentro, sóbria,
mas mais na aparência.
É ali que descubro
se estou perto do lugar longe que sempre quis chegar.

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