quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Mentiras

O estranho é que já tive vontade
de escrever coisas
que nada têm a ver comigo.
E até escrevo.
Talvez seja a sequência
das palavras
que me fascinam.

Tolos os que por vezes
acham que me decifram
por tantas tolices (ou não)
que digo por aí,
em textos e poemas
tão vazios,
cheios de coisas bonitas,
infundadas.

Não que eu não seja nada do que escrevo
(nem sei o que Freud diria disto),
e nem que eu seja mentiroso.
As palavras saem,
minhas mãos coçam;
eu as escrevo.

Depois vejo se dizem algo.
Será que estas dizem?

Mas também,
que me importam
os julgamentos alheios?
(ou o que deveriam me importar?)
Tudo que sou é o que faço,
o que sinto,
o que levo para mim.
Não sou o que digo,
tampouco sou o que pensam,
tampouco vos engano,
só não sou tão simples assim.

Posso ser às vezes,
mas não sou sempre.
Previsível,
mas posso surpreender.
Não sou o que o papel diz,
mas não sou mais
do que ele diz.
Pois aqui, sou a melhor das pessoas.
Sou o que sente,
o que ama,
o que vive,
o que se embriaga,
o culto, que vê filmes,
lê histórias incríveis,
romances, novelas,
contos, dramas...

Mas, no fundo,
talvez eu não passe
de um jovem garoto do interior
que se deslumbrou
com o tanto de mundo
que ficou guardado
abaixo do céu!

Um comentário:

Chelsea Mori disse...

Nossa, incrivelmente bom seu poema. :)