domingo, 23 de maio de 2010

Amor Físico

Conseguiríamos nos amar tanto?
Saber o ponto exato que dividiria
a felicidade e o compromisso
acima de toda a rotina,
de todas as exigências e
de todos os desejos?

É difícil, eu sei,
e há muitos sacrifícios,
mas não seriam eles muitos?
Demais?

Qual é a fórmula certa
para saber a quantidade de cada coisa
as coisas que sentimos
são complicadas demais,
têm variáveis demais.
Não sei o que fazer,
o que ser,
o que calcular.

Ainda acredito
que terei algum grande amor,
não sei como,
não sei quando
e talvez essa dúvida,
mesmo cruel,
seja estritamente
necessária.

Sinto a falta de algum amor,
de alguma simplicidade
e luzes devidamente apagadas,
a descobrir erros na penumbra
mais oculta: os corpos
prontos a se amar.

Quando temos o amor,
temos a distância
(que nunca vi
amor sem distância),
quando temos só nós mesmos,
temos, embriagados,
algum sexo, alguma vontade
de sentir à flor da pele,
mas nunca
ou poucas vezes
vi os dois.

Não sei por quê
ainda continuo otimista.