quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Estar sozinho

Por duas vezes mudei minha rotina de uma forma um pouco mais abrupta que o comum. Em 2004, me mudei do interior de Goiás (Goianésia) para a capital (Goiânia). Pensei várias coisas, se tinha feita a escolha certa com relação ao colégio, se teria amizades tão boas. No início do ano, mudei de Goiânia para Campinas, mais abruptamente ainda. Tive que decidir entre me mudar para São Carlos com um amigo ou se me mudaria sozinho para Campinas. Como me interessei mais pela Unicamp do que pela Usp, acabei ficando em Campinas, a princípio, sozinho.
Acabou meu primeiro ano letivo, muitos medos que eu tinha no começo cessaram. Vou me mudar de novo, mas apenas de casa. Nunca foi algo muito significativo para mim mudar de casa fisicamente. Me adapto bem a novos locais. O problema é que acabei fazendo bons amigos mesmo na minha casa (com 16 pessoas, faz-se boas amizades). O problema é sempre esse. Em Goianésia, tinha muitos bons amigos. Em Goiânia, fiz outros bons. Em Campinas, outros. Em casa, outros. Alguns não vão mais morar comigo, fiz opção por morar com mais dois amigos, apenas.
Sempre faço bons amigos, pelo menos assim considero. Não que eu seja um exemplo de popularidade, mas tenho certeza de que os amigos que tenho são bons amigos, valorosos. Resolvi, não sei se por acaso, me perguntar se sempre tive sorte nas minhas escolhas. Se eu tivesse ido para outro colégio, teria eu tido amigos tão bons em Goiânia? Eu me sentiria tão bem na Usp como me sinto aqui? Claro, não me pergunto para saber a resposta, ou me decepcionaria sempre ao pensar que nunca saberei a resposta. Sendo acaso ou não eu me sair tão bem nessas mudanças, me considero com muita sorte.
Se basta eu me mudar e fazer novos amigos, manter os antigos, apesar até da distância, tenho muita sorte. Fico triste em saber que tantas pessoas passam a vida inteira sozinhas. Aliás, tenho pena das que passam a vida inteira sozinhas e não escolheram isso. Bem que essas pessoas que vivem sozinhas deviam se encontrar e passarem a não ser mais sozinhas. Talvez se essas pessoas fossem mais felizes, o mundo em geral fosse um pouco mais feliz.

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