sexta-feira, 5 de março de 2010

O Caminho

Vou assim seguindo pelos estilhaços
de meus longos ledos enganos.
Pisando e cortando o pé,
novamente e novamente,
mesmo sabendo da aridez extremamente sóbria
destes velhos caminhos que levam a velhos lugares!

Sim, sou mais um homem
que não se cansou de andar e andar
e que nunca viu onde se vai chegar:
se é perto ou longe, o que importa?
Nem bem sei se quero mesmo chegar!

Até mesmo os tocos de cigarro na sarjeta
me são conhecidos.
Até vi um dos tempos em que fumava.
Era meu, com certeza.
Peguei.
Só tentava lembrar qual era a sensação.
Lembro que não gostava, mas fumava.
Aquilo já não era mais nada para mim.

Era peso leve hoje,
ou eu fiquei mais forte!
Preciso parar e descansar,
preciso de sombra e água fresca
já que não sei por quanto ainda andarei.
Dia e noite, tenho de caminhar.

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