terça-feira, 9 de março de 2010

Por Dentro

É feio e triste ser como eu sou.
Embora poucos saibam como realmente sou.
Não sei de verdade como sou.
Se sou pedra, se sou fogo ou água.
Mas nunca terra.
Nunca raiz.

O que sei de mim mesmo
é o que olho no espelho
durante alguns segundos
ainda mal-acordado,
olhos vermelhos e olheiras pretas,
cabelos desarrumados,
dentes amarelados.
Por dentro, bah.
Basta que eu me veja por fora.

Peço:
amigos, não sofram minhas dores.

Se assim fosse, não temeria um segundo
senti-las.
Suaria dor, transpiraria sentimento,
choraria e gritaria calma.
Descansaria.

Este sou eu,
buscando morangos
que me traziam à tona
coisas tão passadas e remotas.
Este sou eu que jamais quero reencontrar.
O que tenho por dentro
é bonito, mas se veste
tão esdruxulamente
dentro de uma máscara.

Difícil mesmo é ver meus olhos!

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