sexta-feira, 26 de março de 2010

Poeta Romântico

Na verdade, largar a pompa de poeta romântico é para os fracos. Acontece que muitas vezes, parecemos fracos, somos fracos. Mas o que somos uma vez não somos sempre - ainda bem! Somos, sim, um misto de todos os momentos que vivemos e sensações que nos prescrevemos como se fossem medicamentos necessários à manutenção de nossa saúde. E hoje venho me sentindo forte, não sei porquê. Vou manter a pompa de poeta romântico e principalmente, ela me saltará a todo momento que eu fraquejar. Sei que vou. Pois se ela não me saltar, então não terei o que fazer senão me entregar, assim, de bandeja.
Sei que dói e que vou sentir, e se é inevitável, por quê tenho de me esforçar em evitar? É esforço inútil. Deixa rolar, e se não me vier nenhuma palavra romântica, é que emudeci. E isso não quero deixar acontecer. Isso é evitável. Basta que eu continue vivo e sentindo todas as dores que acabam por me fazer sentir bem. Em parte, até digo que gosto de sofrer, me faz sentir mais humano e mais forte. É isso. Sou um romântico irreparável, irreversivelmente viverei de me desfazer e me destrinchar, suar tudo que não cabe dentro desta pobre pele que se renova todos os das para manter intacto o que tem dentro!

2 comentários:

Maurício Campos Mena disse...

Já diria o ariano.
Me convalesço desse male/virtude que assombra minha personalidade também. Mas haja otimismo, né, meu caro? E haja masoquismo também. Vai na fé e num perde o bonde, seja mesmo um romântico irreparável.

grande abraço!

Anônimo disse...

Deixar a pompa de poeta romêntico é para os fracos.
Bem dito.