segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Alea Jacta Est

Alea jacta est. Cada um por si. O processo é irreversível e inevitável. Nossos bens de consumo nos consumiram e se tornaram poderosos demais, cotidianos demais. Agora não tem volta, e posso dizer uma frase que sempre quis pela beleza de sua pronunciação: é augusta a angústia. No fundo, gosto de arcaísmos. 2012 é hoje e o Haiti há de ser aqui, brevemente. Estaremos salvos pois aqui não há terremotos, nem maremotos, nem vulcões, nem furacões e isso nos mantém vivos. Mas temos nossas corruptelas e nossas corrupções. Ruiremos por dentro e nem o asco crescente será suficiente para calar a fera que acordamos. O mundo muda e mudará sempre, mas agora teremos uma mudança mais radical. Mais radical pois temos consciência. Temos ciência, mas parece que de pouco serve. Alea jacta est. Aliás, gostaria de retirar uma frase do início: "cada um por si". Isso é o que já temos desde os primórdios. Nunca pretendi ser politizado, mas menos ainda, nunca pretendi me conter quando palavras me viessem à tona. Enquanto digo tudo isso, tenho a luz acesa aqui do quarto e um computador ligado. E que se gastou muita energia para produzir. Neste ponto, não há um só ser-humano que não seja hipócrita. E ainda estou me graduando em engenharia para gastar mais. Não quero ser politizado, já disse, mas às vezes é inevitável fazer perguntas. Perguntas. O que queremos? Qual nossa real necessidade? Mas a pergunta que não me deixa em paz é: até onde vamos?

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