terça-feira, 1 de setembro de 2009

Na mesma (tecla)!

Existencialismo é muito chato.
Por que quero saber
tudo de mim?
Por que quero saber
o porquê e o porquê
das coisas e da vida?

Por que não posso simplesmente
fazer o que quero,
já que é tudo da lei?

Um dia,
um que lê o que escrevo,
se cansará de ler,
e com razão.

A tecla em que bato
é sempre a mesma,
aperto, aperto, aperto,
e ela não apaga a marca.
Ela não fica muda,
continua escrevendo.

Quando é que vou
fazer o que penso,
e não o que eu penso
que os outros fariam?
Quando é que vou aprender
a escrever sobre outras coisas?

Sei o que vou ser.
Serei aquele velho ranzinza,
falarei de coisas da vida
que ninguém escutará,
aquelas asneiras de um velho tolo.
E me acharei um sábio incompreendido.

Não sei o que fazer
quanto a mim mesmo.
Ou comigo mesmo.
Onde está a gramática?
Nem a conheço mais.

Queria era acordar
com uma delicada mão em meu rosto,
um beijo em minha boca
(apesar do hálito)
e uma certeza
de que tudo isso era para sempre.
Daqueles "para sempre" que não se acabam
nunca.
Nunca.

Enquanto isso,
fico aqui entendiando
os meus dedos
que até já sabem de cor o que escreverei:
coisas sobre mim,
meus sentimentos,
tudo que é mais doloroso
ou mais prazeroso,
tudo que sinto,
um pouco do que sou
e talvez
muito do que eu
queria ser.

Abraços a todos
que conseguiram até aqui
chegar!
Bons dias!

Um comentário:

Chelsea Mori disse...

sabe que esses dias pra tras eu mudei minha opinioes sobre o 'ficar ranzinza' na velhice.. muito velhinho, pelo menos aqui em terras suiças, é mais extrovertido do que os jovens.. :)
otimo poema.
preciso conversar com voce :P