terça-feira, 1 de setembro de 2009

Orgulho

Por que foste para mim
não mais do que uma qualquer;
não menos do que um desprezo
provindo da mais profunda
vontade de te amar.

Mas como amar-te, se,
em verdade,
quando olhava em teus olhos
era meu reflexo que eu procurava?

Em cada gesto teu
era como se estivesse eu
diante de um espelho,
torto.
Eu me via de um jeito
completamente diferente,
distorcido.

Adoro quando meus olhos têm
o que os teus procuram.
Pois é aí que hei de saber
quanta verdade
escondes sobre estes negros olhos.
É aí que sei
se tens um outro,
se não sou único.

Afinal, não sou o único
a ser egoísta.

Posso dizer
sem nenhum remorso,
que amei-te.
Mas saiba
que só te amei
por que foi nesse momento
que me apaixonei por mim mesmo.
E nada muda isso.

O tempo passou,
E tudo que restou
(tudo que em verdade sempre houve)
foi este amor-próprio.
E este orgulho.
E é no fim do mundo
que algum dia
eu volto a te procurar.
Talvez nunca.
Se quando me entreguei,
todo desprevenido,
você não quis,
por que hei de querer-te um dia,
novamente, agora que sou capaz
de me amar?

Um comentário:

Maurício Campos Mena disse...

massa, mano! Estive um pouco fora, nem acompanhei o que escreveu nesses dias, mas vou pegar os últimos e ler com atenção.

Mas ao ler este já começo a lembrar do quanto você pensa sobre coisas que eu penso(e não seriam todos os que pensam assim?) e como eu penso (nisso há diferença dos demais). Sei lá, mas eu colocaria isso como culpa da astrologia, mas ninguém me escuta hehehe.

E reconheço essa fase sua como uma já vivida por mim outrora. Foda.

Muito bom, meu velho!
O amor é egoísta.

Não p(á)ara!
um beijo.