quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Um show, nada mais

Era uma imagem especialmente linda. Havia música, havia gente, havia uma batida tão intensa em profusão com as palmas bem ritmadas de um povo admirando um espetáculo gratuito. E nada dos largos e pesados paradigmas da moda. Tudo muito alternativo, seguindo um padrão bastante fora dos padrões de belezas espetaculados nas telas das teletelas das tevês.
Coisas mesmo que se vê só na faculdade, e mais especificamente ainda na universidade pública (sem questionamentos políticos, hoje não!). Estava a banda tocando uma música diferente. Bastante interessante e agradável de ver. Um público do tamanho justo da produção do show, tudo com um profissionalismo caseiro da maior fineza possível. Era interessante ver todas aquelas pessoas que são muitas vezes rotuladas como "doidões", dentre outros rótulos mais preteríveis, se fundindo com aquela música, como que acrescentando movimento à harmonia musical ali presente. Músicos bons, e um público no ponto. Tudo isso dentro de um festival do instituto mais alternativo - o instituto de artes.
Pareciam pessoas tão livres quanto as vibrações que deixam as cordas do meu violão (mal tocado). Pareciam que era só aquilo que lhes bastava, ver uma música mal saída do forno, ainda quentinha, produzida por aqueles colegas, e eu me deliciando por esta cena um tanto quanto saborosa, ali, um pouco mais distante, quase um observador onisciente (bem queria eu ser completo onisciente, saber o que todos pensavam e sentiam). Só pensei comigo mesmo: estou no lugar que queria estar. Uma universidade no sentido original da palavra, mais próxima da universalidade que se pode encontrar num raio de muitas idéias. Sei que aqui fiz amigos muito bons, sem diminuir nem um pouco os antigos - muito pelo contrário. Mais do que nunca, sei que quero estar aqui.
Adoro minha casa, mas neste momento, minha faculdade é o meu lar. E eu vou abraçá-la com todos tentáculos que eu puder pois é único em minha vida. Onde mais eu veria uma orquestra totalmente grátis num domingo tocando polonaises, polcas, danças, marchas, sinfonias. Vejo clássicos do cinema e ainda por cima festas que tocam de Beatles a Mutantes e às vezes de graça? Um brinde a todos os que estavam nesta cena supra-citada, e mais dois brindes aos que estavam tão felizes quanto achei que estivessem. E aproveitem, que hoje é por conta da casa!

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