quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Estrela Amiga

O tolo atirou sem nenhum temor
naquele gênio, encantador
de gerações.

A pobre bala, indecisa,
consciente de sua importância,
parou.

Caiu, e deixou-o viver.
Sabia que tudo era muito mais:
a vida, as obras e até as coisas pessoais
daquele gênio.

Sabia que tantos chorariam
ao senti-lo perder seu sangue
que tanto lhes tinham trazido à tona
com notas fortes e palavras cruéis
sentimentos tão grotescos
escondidos nas cascas
de nossas hipocrisias e medos.

Sabia também
que era muito além disso,
por todo o universo algo se perderia.

A bala parou,
e a arma, ainda quente,
espalhou felicidade
embora ninguém soubesse,
jamais,
desse enorme feito.

Ele não morreu,
e eu choro sempre.
Pois sempre penso
que sempre haverá
uma réstia de corpo
em cada dessas letras,
em cada dessas histórias,
em cada desses quatro lados
que acabaram por mover o mundo.

Do Quadrado,
fez-se três.
Para então, fazer-se dois.
Depois, teremos um ponto,
depois,
todo o tempo do mundo
para refletirmos
tudo que se foi
em nossas vidas.
Em minha vida
tudo fez muita diferença.

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