quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Vivendo de Amanhã

Desci aquela escada
(que não sabia onde ia dar)
e cheguei no amanhã.
Vi tudo que eu faria
e fiquei com medo.
Duvido que um aqui
queria ver o amanhã.
Assim, de verdade.

Voltei, subi a escada.
Mas já era só uma escada
que levava a outro lugar
que também era amanhã.
A cor do dia era a mesma,
ora claro, ora chuva, ora cinza.
Nada mais - afinal, era só um dia.

Eu me via, e pensava em meus erros.
Eu devia fazer aquilo?
Quem pensava por mim
enquanto eu estava aqui,
um dia atrasado?
Vai saber.

Mas aí pensei bem.
Eram os erros que eu cometeria.
Alguns até cometera
enquanto assistia.
(Caí na armadilha do bandido
junto com o mocinho,
coisa que sempre acontece nos filmes).

Acordei, e era aquele mesmo dia.
Chato, pois eu já sabia de tudo.
Na hora, cometi os mesmos erros.
Nem eram tão graves assim,
apenas enganos, eu diria.
Mas eram os erros que me faziam eu.
Daí chegou ao final do dia
(que eu havia perdido ou esquecido,
sei lá)
só consegui pensar:
"o que fiz eu enquanto me observava
no amanhã? Perdi um dia da minha vida!"

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