quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Preocupação, preocupações

Ah, seu eu dissesse
tudo que nunca quis ter,
não sei o tamanho que seria
o rol de coisas:
pequeno ou grande, tanto faz.

Na verdade,
nunca me preocupei
com o que eu não quero.
Me preocupar
com o que quero
já é de excessiva
preocupação.

Na verdade,
não há preocupação.
Deitado na cama,
penso como será o outro dia
e penso mil coisas
que amanhã não será.
E o que eu quero
se perde dentro de um sonho
que me entrega,
deixa meus sentimentos
e desejos mais profundos
completamente nus.

E aí, neste sono pesado
é que sou mais frágil.
Se acordo,
é com o coração disparado
por que me vejo como não queria.
Penso no que será,
mas estes sonhos
são com o que já foi.

Acordo sempre com dificuldade,
talvez seja um pouco de medo
de acordar
e ver que é como se fosse no meu sonho.

Mas os sonhos sempre nos enganam.
Um velho sábio
(ó, estrela amiga,
por quê você não fez
a bala parar?)
disse:
"o sonho acabou".

Acabou.
É o dia, e é real.
Preocupe-se com o que você quer.
O resto vem naturalmente,
felizmente ou infelizmente.
Tudo vem.
Tudo vai.
Vou deixar meu orgulho
aceitar tudo isso.

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